A comerciante Vânia da Silva Jacobina Lima, 30, que perdeu a filha Camile Vitória no parto, dia 22 foi examinada pelos falsos médicos Silvino e Félix Jorge Arozqueta. Depois, outro médico não teria levado em consideração o fato de o bebê ter o cordão umbilical enrolado no pescoço. “Minha filha estava ótima. Ainda falaram a meu marido que não colaborei, trancando as pernas para não ter parto normal”, contou, aos prantos. OUTROS DOIS MÉDICOS SERIAM CONIVENTES COM A ATUAÇÃO DE DOIS FALSOS PROFISSIONAIS EM HOSPITAL DE BELFORD ROXO. O Gerente e Tesoureiro do hospital onde falso médico agia é preso com QUATRO MUNIÇÕES DE REVÓLVER CALIBRE 38 , diz polícia. Juíza que determinou busca do material na Clínica foi ameaçada de morte por meio de Disque-Denúncia. Ele trabalhava no hospital há 5 anos. OS FISCAIS DO TRE-RJ ENCONTRARAM MORFINA com prazo de validade vencido e aprenderam documentos de 27 pacientes com cópia dos títulos eleitorais além das munições. Dono do Hospital teria dito que nada iria acontecer porque ele tinha as costas quentes. POLÍCIA PRENDE FALSO MÉDICO EM BELFORD ROXO. POLÍCIA INVESTIGA MORTES DE BEBÊ EM HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE BELFORD ROXO. MÉDICO ATENDIA USANDO UM CARIMBO COM O NOME DELE E O NÚMERO DE CRM DE OUTRO PROFISSIONAL. E TAMBÉM USAVA A IDENTIFICAÇÃO DO DONO DA CLÍNICA. 20 MULHERES EM TRABALHO DE PARTO NO HOSPITAL, MAS APENAS O FALSO MÉDICO E O COLOMBIANO QUE FUGIU PARA FAZER OS ATENDIMENTOS. HOSPITAL GRANDE , COM CENTRO CIRÚRGICO, AOS CUIDADOS DE UM ESTUDANTE. HÁ FALHAS NOS MECANISMOS DE FISCALIZAÇÃO. HÁ IMPUNIDADE. FORAM RECOLHIDOS NO HOSPITAL REMÉDIOS E PRODUTOS HOSPITALARES FORA DA VALIDADE. FICHAS E RECEITUÁRIOS CARIMBADOS POR VÁRIOS MÉDICOS QUE PODEM TER SIDO USADO EM FALSIFICAÇÕES FORAM ENCONTRADOS . Estudante que atendia como ginecologista em Belford Roxo é denunciado por sete pessoas. Pelo menos três bebês e uma gestante morreram, somente este ano, durante os partos feitos por Silvino, estudante do 9 período de Medicina da Universidade de Nova Iguaçu (Unig). Em dois dias, sete vítimas do médico procuraram a delegacia. " Com certeza, houve negligência médica ". As famílias confirmaram que foram atendidas pelo falso médico, que fez os partos no hospital. Quando os bebês morriam, quem comunicava o óbito era um dos donos da clínica, o doutor Deodalto (o médico José Ferreira Deodalto). Era ele quem assinava os atestados, uma forma de preservar o estudante. Isso já demonstra a cumplicidade entre os dois . " O dono do hospital apagava os rastros do universitário ". Entre os casos que chegaram à delegacia, um dos mais graves foi o de Lucimar de Paula Dias, de 33 anos, que morreu durante o parto, em 9 de maio deste ano. A criança também não sobreviveu. Ao ver a foto do falso médico, o marido dela, o vigia André Souza Carvalho entrou em choque. Segundo o depoimento de André, o falso médico teria dito que a mulher dele morreu vítima de eclâmpsia, embora ela nunca tivesse tido problemas de pressão alta. Em um dos relatos, uma mãe que perdeu o filho contou que só conheceu o Deodalto no dia em que ele foi lhe dizer que a criança tinha morrido. Pelo menos 10 pessoas dizem que foram atendidas por falsos médicos. Ambição Desmedida Omissão Desídia RESPONSABILIDADE DA DIREÇÃO TÉCNICA DA UNIDADE DE SAÚDE NA CONTRATAÇÃO DE UMA PESSOA NÃO HABILITADA PARA A FUNÇÃO DE MÉDICO ALÉM DA PARTICIPAÇÃO POSSÍVEL DE MÉDICOS NO CASO.

Bendito seja o Sacratíssimo Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo !

O DIA / Geraldo Perelo
http://odia.terra.com.br/portal/rio/html/2010/9/mais_dois_medicos_de_hospital_em_belford_roxo_podem_ser_indiciados_110387.html
Mais dois médicos de hospital em Belford Roxo podem ser indiciados

Polícia tem indícios de que outros dois médicos eram coniventes com a atuação de dois falsos profissionais em hospital de Belford Roxo

Rio - Mais dois médicos do Hospital das Clínicas de Belford Roxo, onde o falso médico Silvino Magalhães se passava por obstetra, deverão ser indiciados por exercício ilegal da medicina. Nesse caso, todos os envolvidos serão enquadrados por formação de quadrilha

Vânia: denúncia de negligência no parto em que perdeu seu bebê

Foto: Alexandre Vieira / Agência O Dia

Segundo o titular da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Saúde Pública (DRCCSP), Fábio Cardoso, “há fortes indícios”, em depoimentos de pacientes e provas materiais, de que o anestesista Flávio Campos Ferreira e o obstetra Ediandro Carlon Quadros da Silva permitiram, em plantões, que Silvino fizesse partos.


“Apreendemos com Silvino prontuários de pacientes em branco, com carimbo do Cremerj e assinatura do Ediandro. E temos testemunha afirmando que Flávio, um dos sócios no hospital, atuou como anestesista ao lado do falso médico”, contou o delegado. Flávio, que é candidato a deputado estadual pelo PR, deve depor hoje à tarde na DRCCSP.

CULPANDO A VÍTIMA

A comerciante Vânia da Silva Jacobina Lima, 30, que perdeu a filha Camile Vitória no parto, dia 22, vai procurar a 54ª DP (Belford Roxo). Ela conta que foi examinada pelos falsos médicos Silvino e Félix Jorge Arozqueta. Depois, outro médico não teria levado em consideração o fato de o bebê ter o cordão umbilical enrolado no pescoço. “Minha filha estava ótima. Ainda falaram a meu marido que não colaborei, trancando as pernas para não ter parto normal”, contou, aos prantos.



Deodalto José Ferreira foi ouvido na Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Saúde. Ele já foi indiciado por homicídio, falsificação de documentos e exercício ilegal da profissão.

Deodalto ao sair do depoimento. Foto de Gustavo Stephan/ Agência O Globo

O GLOBO
http://oglobo.globo.com/rio/mat/2010/09/13/falso-medico-que-atuava-em-clinica-de-belford-roxo-usava-cola-para-receitar-medicamentos-917623926.asp
Falso médico que atuava em clínica de Belford Roxo usava 'cola' para receitar medicamentos

Lista encontrada com o falso médico. Foto: Vera Araújo ( O GLOBO )

RIO - Se o paciente está com febre acima de 38,5 graus, deve-se dar 35 gotas de um analgésico. Já em caso de prisão de ventre, a indicação é tomar dois comprimidos de um laxante. A lista de doenças e remédios a serem dados aos pacientes fazia parte do kit encontrado com o falso médico Silvino da Silva Magalhães, de 40 anos, preso no último dia 5, em Belford Roxo . O kit incluía ainda receitas de cor azul, para remédios controlados, carimbadas e assinadas por outros profissionais. A "cola" de Silvino foi apreendida pela polícia junto com os pertences dele.


Cheque de R$ 200 seria pagamento a falso médico


A folha de papel tinha como título "Lista de medicamento" (no singular mesmo). Além dos sintomas e dos remédios, havia a dosagem a ser indicada aos pacientes. Os dados chamaram a atenção do delegado da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Saúde Pública (DRCCSP), Fábio Cardoso, pois qualquer pessoa sabe que uma dor de cabeça pode ser resolvida com um analgésico.

Também foi apreendido pela polícia um cheque de R$ 200, de fevereiro, exatamente o valor que um falso médico costuma receber por plantão. O delegado acredita que o cheque, devolvido pelo banco, seja o pagamento por algum serviço prestado por Silvino.


O DIA
http://odia.terra.com.br/portal/rio/html/2010/9/falso_medico_ja_foi_candidato_a_vereador_109384.html
Anteontem, a juíza que determinou a busca do material na clínica foi ameaçada de morte por meio de Disque-Denúncia. A Justiça Eleitoral informa que os órgãos de segurança foram acionados para a proteção da magistrada e para a investigação do caso.

FUNCIONÁRIOS SEM FORMAÇÃO ...

COMPRA DE DIPLOMAS ...

APADRINHADO DO POLÍTICO ...

ASSESSOR ...

CONCURSO TREM DA ALEGRIA ...

DESVIOS DE FUNÇÃO ...

FUNCIONÁRIOS SEM CONCURSO PÚBLICO ...

... É A MÁFIA ...


Delegado: 'Hospital das Clínicas de Belford Roxo é festival dos horrores'

Em um dos casos, mulher afirma que fez ligadura de trompas sem anestesia.
Delegacia já recebeu 17 denúncias de mulheres contra hospital na Baixada

Uma mulher de 26 anos, datado de agosto desse ano, que afirma que o colombiano realizou a cirurgia de ligadura de trompas sem anestesia.

“A anestesia não pegou e ele cortou ela mesmo assim. Tem casos de morte, criança com paralisia cerebral, é um festival de horrores”, disse Teixeira.
Ainda segundo a polícia, o volume de gente que chega à delegacia querendo fazer denúncias contra a clínica é grande e a equipe não está conseguindo dar suporte. “A gente está pedindo para virem aos poucos à delegacia”, afirmou ele.



Mulher que perdeu bebê falou de dor várias vezes

EXTRA
http://extra.globo.com/geral/casosdecidade/#323146.asp
Mau atendimento em Belford Roxo não é de hoje !

MULHER PERDE BEBÊ POR MAU ATENDIMENTO EM BELFORD ROXO

Martineli da Silva Santana, de 36 anos, está prestes a viver mais uma vez o sonho de mãe: em um mês vai dar à luz o pequeno Leonardo. Mas há dois anos, o final não foi tão feliz assim. A dona de casa também estava grávida, de oito meses, de Dyimily. Depois de ídas e vindas ao Centro Social Laurindo José Ferreira, em Paracambi — ligado ao Hospital de Clínicas de Belford Roxo —, o bebê dela nasceu morto, no dia 17 de agosto de 2008.

A dona de casa chegou a forjar residência na casa do irmão em Paracambi para conseguir o atendimento no centro social. Desta maneira, poderia realizar o parto no hospital de Belford Roxo e fazer laqueadura.

Na oitava consulta pré-natal, em 8 de agosto, com Deoldato José Ferreira, dono do hospital de Belford Roxo, ela já se queixava de dores e de sangramento. Deodalto e o irmão dele, Flávio Campos Ferreira — que é, inclusive, candidato a deputado estadual pelo PR, e, na época, candidato a prefeito de Paracambi — autorizaram a realização da cesariana.


Nos dias 8 e 9 de agosto, Martineli foi a Belford Roxo, se queixando, cada vez mais, de dores e sangramento. Ela foi encaminhada aos cuidados de uma médica chamada Dulcinete — supostamente irmã de Deodalto e Flávio — mas foi atendida por um médico que assinou em cima do carimbo de Deodalto. Martineli não guardou o nome deste médico.



— Eu estava com muita dor e perdendo água e sangue. Ele disse que isso era normal e mandou que eu voltasse quando o doutor Deodalto estivesse lá. No dia 13 eu voltei lá, mas o doutor Deodalto me mandou voltar para casa, e marcou minha cesariana com laqueadura para o dia 20.


Não foi possível, no entanto, esperar até esta data. No dia 16, Martineli sentiu que a criança não se mexia mais, e no dia 17, correu para a Maternidade Praça Quinze, onde foi encaminhada para a Maternidade Pró-Matre. A médica tentou reanimar a menina a todo custo, mas não adiantou: Dyimily nasceu sem vida.

INDIGNAÇÃO TOTAL
— Senti uma raiva muito grande. Se o doutor Deodalto estivesse ali, eu o matava — desabafa.


Na época, a dona de casa chegou a ir na 54 DP (Paracambi), mas não deu continuidade à denúncia. Hoje, depois de ver casos parecidos com o dela, Martineli pretende voltar à delegacia.


— O filho que estou esperando hoje está bem. Com a carteira do SUS, paguei 25 reais por mês para fazer ultrassom todo mês em clínica particular, pois não confio mais em qualquer um. Mas ele não vai substituir a filha que planejei tanto e perdi



Uso eleitoreiro

EXTRA
http://extra.globo.com/rio/materias/2010/09/09/fiscais-encontram-copias-de-titulos-eleitorais-de-pacientes-municao-medicamento-vencido-em-hospital-de-belford-roxo-917597047.asp
G1
http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2010/09/gerente-de-hospital-com-falso-medico-e-preso-com-municao-diz-policia.html
A polícia também vai levantar a participação societária do hospital. “Todos os sócios serão ouvidos, desde o diretor ao sócio minoritário”. O delegado afirmou que vai apurar denúncias de que gestor da prefeitura municipal de Belford Roxo, seria sócio da clínica e também de que haveria laranjas no grupo. De acordo com o delegado, há indícios de que há uso eleitoreiro no hospital e a polícia vai encaminhar a denúncia para a justiça eleitoral.

“Seria uma compra de votos. Promete-se fazer um procedimento cirúrgico, como ligadura de trompas e plástica, em troca de voto”, explicou.

O delegado ressaltou que a prática criminosa é vista como vantagem tanto para estudantes, que se vislumbram com o status de médico, quanto para empresários. “Pelo lado da empresa, é a mão de obra barata. Um estagiário ganha de 150 a 300 reais por plantão. Um profissional vai cobrar R$ 2 mil”, disse.

G1
http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2010/09/gerente-de-hospital-com-falso-medico-e-preso-com-municao-diz-policia.html
Gerente de hospital onde falso médico agia é preso com munição, diz polícia

Operação nesta quinta (9) apreendeu quatro munições e remédios vencidos.

Homem de 42 anos trabalhava há 5 no hospital da Baixada, diz delegado.

O gerente e tesoureiro do Hospital das Clínicas de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, onde um falso médico foi preso no domingo (5), também foi preso nesta quinta-feira (9). De acordo com o titular da 54ª DP (Belford Roxo), foram apreendidas quatro munições de revólver calibre 38 em um cofre durante uma operação de busca e apreensão no hospital feita por agentes da Promotoria Eleitoral do Ministério Público Federal. O homem de 42 anos, que trabalhava há 5 no hospital, vai responder por porte ilegal de munição.

Ainda segundo o delegado, na operação – que tinha como objetivo apreender documentos – foram apreendidas ainda cerca de dez caixas de medicamentos vencidos.

UM DOS DONOS DO HOSPITAL, ASSIM COMO O OUTRO FALSO MÉDICO,  TAMBÉM FUGIU PELAS PORTAS DOS FUNDOS PERCEBENDO A PRESENÇA DA LEI

De acordo com o Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ), os fiscais encontraram morfina com prazo de validade vencido e apreenderam quatro computadores e documentos de 27 pacientes, com cópia dos títulos eleitorais, além das munições. O material será encaminhado para exame da procuradora regional eleitoral, Silvana Batini.

Ainda de acordo com o TRE-RJ, o medicamento vencido poderia ter resultado na prisão em flagrante de um dos donos do Hospital de Clínicas, mas ele fugiu pelas portas dos fundos ao perceber a presença dos fiscais e da promotora de justiça Maria Lúcia Winter, que pode entrar ainda com uma ação penal contra os sócios do hospital.

Responsável pela fiscalização da propaganda em Belford Roxo, a juíza Ana Helena Rodrigues entendeu que havia fortes indícios de crime eleitoral, após a promotora de justiça receber denúncias de que havia distribuição de santinhos no interior do hospital, inclusive na ala destinada a pacientes do SUS. As propagandas seriam de um dos sócios do hospital, que é candidato a deputado estadual, e de uma candidata a deputada federal.

Pela legislação, a propaganda eleitoral é proibida em bens de uso coletivo, independentemente de serem públicos ou privados.

O G1 tentou entrar em contato com o hospital, mas ninguém foi localizado para comentar o assunto.

O Conselho Regional de Medicina do Rio (Cremerj) abriu um processo administrativo para apurar as supostas irregularidades cometidas no hospital. De acordo com a assessoria de imprensa do conselho, a sindicância vai investigar a direção e o corpo técnico da unidade.

O GLOBO / Ana Cláudia Costa e Rafael D'Angelo
http://oglobo.globo.com/rio/mat/2010/09/09/falsos-medicos-trabalhariam-em-20-hospitais-917598050.asp
Falsos médicos trabalhariam em 20 hospitais


A Delegacia de Repressão a Crimes contra a Saúde Pública (DRCCSP) mapeou 20 hospitais na Baixada Fluminense e na Zona Oeste do Rio onde falsos médicos estariam atuando. De acordo com o delegado da DRCCSP, Fábio Cardoso, a lista inclui hospitais e clínicas particulares e até unidades públicas. Entre as regiões onde haveria atuação de profissionais em situação irregular estão Nova Iguaçu, Duque de Caxias e Nilópolis, além de Bangu, na Zona Oeste.

- Recebemos diversas denúncias sobre a atuação de universitários no lugar de médicos. A investigação inclui 15 supostos falsos médicos que estariam atendendo nestas unidades - afirmou o delegado.
 Segundo ele, os proprietários de hospitais pagam cerca de 50% a menos para os estudantes. Enquanto um médico recebe R$ 1 mil por plantão de 12 horas, os estudantes receberiam R$ 500.

 Polícia investiga 13 óbitos na clínica de Belford Roxo


Pela manhã, policiais e agentes da Vigilância Sanitária estadual realizaram uma vistoria no Hospital de Clínicas Belford Roxo , onde, no último domingo, o ex-estudante de Medicina Silvino Magalhães da Silva, de 40 anos, foi preso em flagrante quando atendia uma paciente. O hospital faz, em média, 500 partos por mês e já havia sido fechado pela Vigilância Sanitária em 2004, mas reabriu em 2007, após passar por reformas.

A vistoria levou duas horas e foi acompanhada pelo dono da clínica, Deodalto José Ferreira. Durante a vistoria, foram recolhidos 13 atestados de óbito de recém-nascidos e gestantes que morreram entre janeiro e setembro. 


Segundo o delegado, o ex-estudante e o colombiano Félix Jorge Garcia Arozqueta, de 44 anos, que não tem registro para trabalhar no Brasil, também atuariam em outros dois hospitais na Baixada.

Uma denúncia de que um prefeito da Baixada, seria um dos donos do hospital e utilizaria laranjas também está sendo investigada pela polícia. Segundo o delegado, todos os sócios serão chamados para depor. O Prefeito da Baixada não foi encontrado para comentar o caso.

O Conselho Regional de Medicina do estado do Rio (Cremerj) abriu uma sindicância para apurar o caso e a responsabilidade da direção técnica da unidade na contratação de uma pessoa não habilitada para a função de médico, além da possível participação de médicos no caso.


Fiscais encontram cópias de títulos eleitorais de pacientes, munição e medicamento vencido em hospital de Belford Roxo

O GLOBO / Vera Araújo
http://oglobo.globo.com/rio/mat/2010/09/09/dono-de-clinica-em-belford-roxo-onde-atuava-falso-medico-esta-envolvido-em-fraude-em-paracambi-917598081.asp
Licitação

Dono de clínica em Belford Roxo onde atuava falso médico está envolvido em fraude em Paracambi

A parceria entre os irmãos Flávio e Deodalto não se limita à sociedade no Hospital de Clínicas Belford Roxo. Quando era prefeito de Paracambi, Flávio nomeou Deodalto para ser presidente da Companhia de Desenvolvimento de Paracambi (Comdep), empresa pública do município. Semana passada, o promotor de Justiça da cidade, Bruno Corrêa Gangoni, denunciou Deodalto por fraude em licitação.
Segundo o promotor, Deodalto dispensou, indevidamente, uma licitação na compra de peças para tratores para o município. De acordo com Bruno Gangoni, como a Lei de Licitações (8.666/93) prevê compras de até R$ 16 mil sem licitação, Deodalto autorizou que a Comdep adquirisse o material, que totalizava R$ 21.183,40, dividindo em três notas fiscais, para burlar a lei.

O presidente da Comdep comprou os itens por R$ R$ 11.312,00, R$ 4.831,40 e R$ 5.040,00, respectivamente. Todas as notas foram emitidas no mesmo dia, 14 de maio do ano passado, pela empresa Macasol Tratores LTDA.


Segundo o promotor de Paracambi, a pena prevista para o crime de dispensa indevida de licitação é de três a cinco anos de prisão.


- O Deodalto pretendia simular que o valor era abaixo do que permite a Lei de Licitações, mas constatamos a fraude - comentou Gangoni.

Outra medida tomada pelo promotor de Paracambi foi enviar à Promotoria de Tutela Coletiva de Defesa da Cidadania cópias da denúncia e de documentos que comprovam a fraude.

- O objetivo é que, com estes dados, a Promotoria de Tutela Coletiva impetre uma ação de improbidade administrativa contra ele para ressarcimento dos cofres públicos - disse o promotor de Paracambi.

Flávio Campos Ferreira foi prefeito de Paracambi, mas foi cassado em 2005, acusado de ter comprado votos nas eleições de 2004. Agora, ele chegou a ter seu pedido de candidatura a deputado estadual impugnado, mas recorreu e conseguiu continuar sendo ficha limpa. A impugnação se deu em função de contas irregulares no Tribunal de Contas do Estado (TCE), quando ele era presidente do Fundo Municipal de Saúde Queimados, em 2006.


EXTRA / Vera Araújo

http://extra.globo.com/rio/materias/2010/09/05/policia-prende-falso-medico-em-belford-roxo-917561692.asp
Polícia prende falso médico em Belford Roxo

O estudante Silvino da Silva Magalhães, foi preso em flagrante enquanto atendia pacientes no Hospital de Clinicas de Belford Roxo . Foto Gustavo Pellizzon / Agência O Globo

RIO - Uma equipe da Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Saúde Pública (DRCCSP) prendeu em flagrante neste domingo o estudante do 9º período da Unig, Silvino da Silva Magalhães, de 40 anos. Ele foi flagrado trabalhando como ginecologista no Hospital das Clínicas de Belford Roxo, na Baixada Fluminense. Pela manhã ele atendeu quatro de pessoas - uma delas era policial disfarçada de paciente. Segundo o titular da DRCCSP, Fábio Cardoso, Silvino, além de usar um carimbo com o nome dele, o universitário tinha, na própria maleta, o carimbo do dono da clínica, o médico Deodalto José Fereira, irmão de um político da região, Dr. Flávio, candidato a deputado estadual (PR).

De acordo com o delegado, o Hospital das Clínicas de Belford Roxo era conveniado ao SUS. Não havia médicos no hospital no momento do flagrante. Testemunhas ouvidas pelo delegado disseram que um boliviano, que também se passava por médico, estaria atendendo na clínica, mas ele fugiu ao perceber a presença da polícia. Também foram encontrados com o falso médico receitas assinadas e carimbadas por outros profissionais e ainda um receituário especial de cor azul, autorizando a compra de remédios controlados

O delegado Fábio Cardoso informou que Silvino Magalhães responderá pelos crimes de exercício ilegal da medicina, uso e falsificação de documentos.

RJ TV

Quando a polícia chegou ao local, o colombiano que também estaria se passando por médico fugiu pela porta dos fundos. Segundo os investigadores, o dono do Hospital de Clínicas deve ser indiciado pelos mesmo crimes, exercício ilegal de medicina e falsificação de documentos.

O hospital tem um centro cirúrgico e uma maternidade. De acordo com a polícia, no domingo os únicos plantonistas eram os supostos falsos médicos. A mãe de uma gestante, que perdeu o bebê durante o parto, conta que a filha recebeu alta e voltou para o hospital com fortes dores.

O hospital também, segundo o inquérito, atente gratuitamente alguns pacientes fora do SUS.

No local, a polícia encontrou propaganda eleitoral de um candidato a deputado estadual, que seria irmão do dono do hospital. Por causa da suspeita de crime eleitoral, a delegacia vai encaminhar cópia da investigação ao TRE.

O GLOBO / Carla Rocha e Vera Araújo
http://oglobo.globo.com/rio/mat/2010/09/06/falso-medico-policia-investiga-mortes-de-bebes-em-hospital-917570284.asp

Flagrante

Falso médico: polícia investiga mortes de bebês em hospital

RIO - A polícia vai fazer um levantamento dos partos realizados este ano no Hospital das Clínicas de Belford Roxo, em que tenha havido morte da parturiente ou do bebê. No domingo, foi preso na unidade o falso médico Silvino da Silva Magalhães, de 41 anos, que cursava o 9º período de Medicina da Universidade de Nova Iguaçu (Unig). Ele atendia como obstetra e ginecologista usando um carimbo com o nome dele e o número de CRM de outro profissional. Silvino também usava a identificação do dono da clínica, Deodalto José Ferreira, que será chamado para depor quarta-feira. O presidente do Conselho Regional de Medicina, Luís Fernando Moraes, já abriu uma sindicância para apurar o caso.

O titular da Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Saúde Pública (DRCCSP), Fábio Cardoso, afirmou que tem informações sobre a morte de bebês na unidade:

- Queremos saber se estas mortes estão ligadas à atuação de falsos médicos ou a casos de omissão ou negligência médica - disse.

Polícia procura colombiano que fugiu

Segundo o delegado, no momento da operação que resultou na prisão de Silvino, havia cerca de 20 mulheres em trabalho de parto no hospital, mas apenas o acusado - que disse receber R$ 700 por mês para fazer os plantões - e um colombiano, que fugiu, estavam no local para fazer o atendimento. O colombiano, que era conhecido como doutor Félix, está sendo procurado. Há uma suspeita de que ele também seria universitário ou não teria um registro ativo para exercer a profissão no Brasil.

- É uma situação muito grave. Um hospital grande, com centro cirúrgico, aos cuidados de um estudante - disse Fábio Cardoso.

O presidente do Cremerj, Luís Fernando Moraes, informou que, além do dono da clínica, também será chamado a prestar esclarecimentos o dono do registro no CRM usado pelo estudante. Na página do conselho, o número corresponde ao do ortopedista Fernando Coutinho Freitas Júnior, que não foi localizado.

Já o presidente do Sindicato dos Médicos, Jorge Darze, classificou a situação de gravíssima e atribuiu o problema ao déficit de profissionais da rede, à impunidade e a falhas nos mecanismos de fiscalização.

Hospital tinha remédios fora da validade

Os policiais também recolheram no hospital fichas e receituários assinados e carimbados com os nomes de vários médicos que deverão ser convocados a comparecer na delegacia. Eles podem ter sido usados nas falsificações, mesmo sem ter conhecimento. A Vigilância Sanitária também será comunicada de que foram recolhidos na unidade medicamentos e produtos hospitalares fora do prazo de validade.

O estudante Silvino da Silva Magalhães, foi preso em flagrante enquanto atendia pacientes no Hospital de Clinicas de Belford Roxo . Foto Gustavo Pellizzon / Agência O Globo.


EXTRA / O GLOBO
FALSO MÉDICO DA BAIXADA : MAIS VÍTIMAS VÃO À DELEGACIA
http://oglobo.globo.com/rio/mat/2010/09/07/policia-investiga-obito-de-tres-bebes-uma-gestante-em-partos-feitos-por-estudante-917579828.asp#coment
Estudante que atendia como ginecologista em Belford Roxo é denunciado por sete pessoas.

Depois da divulgação da foto do falso médico Silvino da Silva Magalhães, de 40 anos, que atuava como obstetra e ginecologista no Hospital das Clínicas de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, proliferaram as denúncias de pessoas que foram atendidas por ele. Pelo menos três bebês e uma gestante morreram, somente este ano, segundo o delegado-adjunto da 54 DP (Belford Roxo), Antônio Silvino Teixeira, durante os partos feitos por Silvino, estudante do 9 período de Medicina da Universidade de Nova Iguaçu (Unig). Em dois dias, sete vítimas do médico procuraram a delegacia.

" Com certeza, houve negligência médica "


.- Com certeza, houve negligência médica. As famílias confirmaram que foram atendidas pelo falso médico, que fez os partos no hospital. Quando os bebês morriam, quem comunicava o óbito era um dos donos da clínica, o doutor Deodalto (o médico José Ferreira Deodalto). Era ele quem assinava os atestados, uma forma de preservar o estudante. Isso já demonstra a cumplicidade entre os dois - avaliou o delegado.


" O dono do hospital apagava os rastros do universitário "

Segundo o delegado de Belford Roxo, entre os casos que chegaram à delegacia, um dos mais graves foi o de Lucimar de Paula Dias, de 33 anos, que morreu durante o parto, em 9 de maio deste ano. A criança também não sobreviveu. Ao ver a foto do falso médico, o marido dela, o vigia André Souza Carvalho entrou em choque. Segundo o depoimento de André, o falso médico teria dito que a mulher dele morreu vítima de eclâmpsia, embora ela nunca tivesse tido problemas de pressão alta.

- Pelos depoimentos que já colhemos, ficou claro que o dono do hospital apagava os rastros do universitário. Em um dos relatos, uma mãe que perdeu o filho contou que só conheceu o Deodalto no dia em que ele foi lhe dizer que a criança tinha morrido - disse Teixeira.

 RJ TV / O GLOBO
http://oglobo.globo.com/rio/mat/2010/09/08/policia-investiga-se-outros-profissionais-forneciam-carimbos-falso-medico-917580406.asp

http://oglobo.globo.com/rio/mat/2010/09/08/policia-investiga-se-outros-profissionais-forneciam-carimbos-falso-medico-917580406.asp

 A polícia investiga pelo menos outros cinco médicos do Hospital de Clínicas de Belford Roxo.

RJ TV / Aluizio Freire
http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2010/09/pelo-menos-10-pessoas-dizem-que-foram-atendidas-por-falso-medico.html
Pelo menos 10 pessoas dizem que foram atendidas por falsos médicos


Mães relatam dramas que teriam sofrido durante o parto.


Dono do estabelecimento foi intimado para prestar depoimento.

Pelo menos 10 pessoas já prestaram depoimento acusando de negligência supostos falsos médicos do Hospital de Clínicas de Belford Roxo, na Baixada Fluminense. No local, um estudante de medicina foi preso e indiciado por homicídio doloso, de acordo com a polícia.
O G1 tentou entrar em contato com o hospital, mas ninguém foi localizado para comentar o assunto.
 Na tarde desta quarta-feira (8), outras testemunhas, que já possuem processos na Justiça contra a clínica, estiveram na 54ª DP (Belford Roxo). Acompanhada do marido e dos pais, uma adolescente contou que foi atendida no hospital no dia 13 de junho para ter seu filho. Ele morreu dois meses depois.


Pais dizem que filha foi atendida por falso médico na Baixada Fluminense (Foto: Aluizio Freire/G1)“Fui internada ao meio-dia e tive meu filho às 21h30. A criança nasceu chorando muito e só depois descobriram que ele estava com o braço fraturado. Isso só pode ter sido provocado pela força que fizeram durante o parto. Meu filho ficou durante dois meses gritando de dor até morrer de insuficiência respiratória”, disse a jovem de 16 anos, mostrando fotos do bebê e o atestado de óbito. A criança morreu no Hospital Pedro Ernesto, em Vila Isabel, na Zona Norte, onde foi internada pela última vez.

Outra que prestou queixa contra o hospital foi Cleonice Ribeiro, 38 anos, que foi atendida no dia 22 de agosto de 2008, quando teve seu filho que hoje tem 2 anos. Segundo ela, a criança apresenta sequelas provenientes do parto.


“Eu ainda não estava em trabalho de parto, mas fui induzida pela médica que me atendeu. O médico que fez o meu encaminhamento usou um carimbo de outro profissional. Eu e meu filho ficamos internados durante 12 dias e depois deram alta como se nada tivesse acontecido. Mas levei o bebê para ser examinado em outra clínica e constataram uma lesão cerebral. Ele não anda e nem consegue sentar. Carrego uma dor muito grande”, conta ela, que move uma ação pela Defensoria Pública no Fórum de Belford Roxo.


Polícia investiga outros cinco médicos

A polícia investiga pelo menos outros supostos cinco médicos do hospital, segundo o delegado Fábio Cardoso, da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Saúde Pública, que montou uma operação para investigar esse tipo de crime em hospitais no Rio de Janeiro. O responsável pelo hospital, segundo o delegado, foi intimado por uma equipe da delegacia nesta quarta-feira (8). Ele deverá ser ouvido na próxima segunda-feira (13).


O suposto falso médico e também o responsável pela unidade foram indiciados, de acordo com o delegado adjunto da 54ª DP (Belford Roxo), Antônio Silvino Teixeira. A delegacia apura a morte de pelo menos três bebês e uma gestante durante partos realizados pelo suposto falso médico.


Preso no domingo (5), o universitário que atuava como obstetra é acusado de homicídio doloso e exercício ilegal da medicina. Ele pode pegar até 20 anos de prisão. Já o suposto dono da clínica vai responder por coautoria no homicídio doloso e também fraude processual.
 “A delegacia vem investigando isso há uns 15 dias. Depois do caso da Joanna, houve um aumento das denúncias e nós resolvemos mapear alguns hospitais acusados de adotarem essa prática criminosa”, afirmou Cardoso. Ele disse ainda que nos últimos 12 meses cerca de 15 falsos médicos foram presos.


Segundo o delegado, no dia da operação que prendeu o estudante de medicina foram apreendidas fichas com sinais de falsificação de assinaturas desses cinco médicos. O material será analisado pela perícia.


Na 54ª DP (Belford Roxo) há outra investigação especificamente sobre as vítimas das unidades do hospital. De acordo com o delegado-adjunto, Antônio Silvino Teixeira, quando havia uma vítima fatal na cirurgia o dono da clínica assinava o atestado de óbito para preservar o estudante, que usava carimbo e até receitava medicamentos para pacientes.“Ele (responsável pelo hospital) procurava encobrir tudo o que o outro (estudante) fazia”, afirmou o delegado.


O caso também será levado à Vigilância Sanitária e ao Conselho Regional de Medicina (Cremerj).

Preso em flagrante
No consultório onde ele foi preso em flagrante, a polícia encontrou receitas em branco assinadas e carimbadas por médicas, com registro. Muitas delas para remédios com venda controlada.

Segundo a polícia, o estudante de medicina recebia R$ 700 por mês para fazer quatro plantões.
 Quando a polícia chegou ao local, um colombiano que também estaria se passando por médico fugiu pela porta dos fundos.


O hospital tem um centro cirúrgico e uma maternidade. De acordo com a polícia, no domingo (5), os únicos plantonistas eram os supostos falsos médicos. A mãe de uma gestante, que perdeu o bebê durante o parto, contou que a filha recebeu alta e voltou para o hospital com fortes dores.

LAQUEADURA EM TROCA DE VOTOS
O GLOBO / Ana Cláudia Costa, Rafael D'Angelo e Vera Araújo

http://oglobo.globo.com/rio/mat/2010/09/08/hospital-onde-falso-medico-trabalhava-investigado-por-trocar-cirurgias-por-votos-917586385.asp

O CARTÃO de Flávio Ferreira; no verso, o encaminhamento para o médico

A Delegacia de Repressão a Crimes contra Saúde Pública (DRCCSP) encontrou indícios que o Hospital de Clínicas Belford Roxo - onde o ex-estudante de Medicina Silvino Magalhães da Silva, de 40 anos, preso no domingo , atuava como ginecologista - fazia laqueadura em troca de votos. Candidato a deputado estadual pelo Partido da República (PR), Flávio Campos Ferreira é sócio da clínica ao lado do irmão Deodalto Ferreira, que foi indiciado como coautor de homicídio doloso, por causa das mortes ocorridas na unidade, e fraude processual. Silvino também foi indiciado por homicídio e exercício ilegal da profissão. Os dois também poderão ser indiciados por formação de quadrilha.

Na delegacia, pacientes denunciaram, nesta quarta-feira,que Deodalto oferecia cirurgias de lipoaspiração e vasectomia em troca de votos para seu irmão. Mãe de sete crianças, o mais novo um menino de três meses, a dona de casa Maximiliana Maria Romão Sá, de 26, afirmou que ofereceram a ela uma laqueadura gratuita em troca de seu voto. Ela contou que em outubro do ano passado foi submetida a uma cirurgia desse tipo no Hospital de Clínicas Belford Roxo, mesmo estando grávida de quatro meses. A cirurgia foi feita por Silvino e um colombiano.

Falso médico atendia desde 2008, afirma vítima

Segundo Maximiliana, quando entregou os exames, inclusive o de sangue, os médicos não viram que ela estava grávida e realizaram a laqueadura. Como a cirurgia infeccionou, ela foi a outro médico e descobriu a gravidez.

" Nada vai acontecer porque tenho as costas quentes "

SERVIÇO DE SAÚDE EM TROCA DE VOTOS

- Quando procurei a clínica de novo, o dono disse que não podia fazer nada e que nada iria acontecer porque tinha as "costas quentes". Ainda recebi pelo correio um calendário com o nome do irmão dele pedindo votos - contou.

Outra paciente de Silvino, a dona de casa Verônica da Cunha de Abreu, de 29 anos, afirmou que fez a ligadura de trompas em troca de votos para o irmão do dono da clínica. Ela disse ter dúvidas se fizeram mesmo a cirurgia:

- Tive o bebê em junho e operei. O dono da clínica me disse que me ajudaria, fazendo a operação de graça, se eu ajudasse ele a eleger o irmão.

Dez pacientes que foram atendidas pelo ex-estudante de Medicina já estiveram na delegacia. Entre elas, estava Cleonilce Ribeiro, de 38 anos, que contou ter sido induzida a realizar a cesariana por Silvino, em agosto de 2008.

- Estava com cirurgia marcada e fui atendida pelo Silvino, que usou o carimbo de outra médica. Ele anotou no prontuário que eu estava em trabalho de parto, mas não tive contrações. Depois, durante o parto, meu filho ficou sem oxigenação no cérebro e foi constatada uma lesão cerebral. Nós dois ficamos internados por 12 dias. Hoje ele não consegue andar. Entrei com um processo contra o hospital - afirmou Cleonice.

Revoltado com o falecimento do neto, o motorista de ônibus Edelci Canedo dos Santos prestou queixa contra a clínica e toda equipe médica. Ele contou que a filha, Tainá Cristina de Castro Portes, de 16 anos, teve o parto realizado por Silvino. Segundo ele, a jovem aguardou pelo parto por nove horas e a criança nasceu com problemas respiratórios. O motorista de ônibus contou ainda que, no parto, o bebê teve o braço quebrado e, após dois meses internado, morreu.

- Foi o ex-estudante de Medicina que fez o parto da minha filha. Meu neto morreu porque ele demorou a nascer. Esse falso médico ainda quebrou o braço do bebê no parto, mas atribuiu a fratura ao bebê ter batido com o braço na encubadora. Um recém-nascido não tem força para isso - disse Edelci.

Com um filho de 7 meses com problemas neurológicos, Jéssica Vitoriano, de 19 anos, incluiu na queixa o médico colombiano identificado como Félix Jorge Garcia Arozqueta, de 44 anos. De acordo com Jéssica, seu filho nasceu com problemas neurológicos por ela ter ficado muito tempo na sala de pré-parto. Arozqueta, que não tem registro de médico no Brasil, está sendo procurado pela polícia.

Maximiliana Sá, que passou por cirurgia de laqueadura mesmo estando grávida de 4 meses. Foto: Marcia Folett - O Globo.

Tainá e o marido: filho nasceu com problemas respiratórios e não resistiu. Foto: Marcia Foletto - O Globo.

Pais dizem que filha foi atendida por falso médico na Baixada Fluminense (Foto: Aluizio Freire/G1)

Depois da divulgação da foto do falso médico, proliferaram as denúncias de pessoas que foram atendidas por ele. Pelo menos três bebês e uma gestante morreram, somente este ano , segundo o delegado-adjunto da 54ª DP, Antônio Silvino Teixeira, durante os partos feitos por Silvino. Em dois dias, sete vítimas do médico procuraram a delegacia. A polícia vai fazer um levantamento dos procedimentos realizados este ano no Hospital das Clínicas de Belford Roxo, em que tenha havido morte da parturiente ou do bebê.

O GLOBO
http://oglobo.globo.com/rio/mat/2010/09/08/silvino-nao-frequentava-faculdade-desde-2003-poderia-estar-atuando-em-outros-hospitais-917586388.asp

Ex-estudante
Silvino não frequentava a faculdade desde 2003 e poderia estar atuando em outros hospitais

Silvino da Silva Magalhães, flagrado pela polícia atendendo gestantes no Hospital de Clínicas de Belford Roxo, não era mais sequer estudante. Segundo levantamento da Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Saúde Pública (DRCCSP), ele começou a estudar Medicina em 1995, na Universidade de Nova Iguaçu (Unig), mas consta que abandonou o curso em 2003. Silvino é formado apenas em Ciências Biológicas.

Segundo o titular da DRCCSP, Fábio Cardoso, serão chamados dez médicos, cujos nomes estão carimbados em receitas encontradas na maleta de Silvino. O delegado não descarta a participação de médicos e até de outros estudantes no esquema, o que já caracterizaria o crime de formação de quadrilha, além dos delitos de exercício ilegal da Medicina e uso e falsificação de documentos. O ex-estudante está preso desde o último domingo, na carceragem da Polinter do Grajaú.

Além dos receituários, também foi encontrado na maleta de Silvino Magalhães um crachá do Hospital Municipal Juscelino Kubitschek, da Prefeitura de Nilópolis, no qual constava o nome dele. O delegado investiga a possibilidade de ele atuar ilegalmente como médico lá e em outros hospitais da Baixada Fluminense.


CRIME ELEITORAL



O GLOBO /  Célia Costa
http://oglobo.globo.com/rio/mat/2010/09/08/silvino-nao-frequentava-faculdade-desde-2003-poderia-estar-atuando-em-outros-hospitais-917586388.aspÉtica
'Quem se aventura é bandido', diz chefe de Ginecologia da UFRJ sobre falso médico


Quem lida diariamente e prepara futuros médicos ficou chocado com o caso do ex-estudante de Medicina Silvino Magalhães da Silva, que atuava no Hospital de Clínicas de Belford Roxo. O médico José Carlos Conceição, chefe da Ginecologia da UFRJ, afirmou que mulheres grávidas e parturientes ficaram expostas a vários riscos ao serem atendidas por um estudante de Medicina.

José Carlos Conceição explicou que os estudantes aprendem as questões éticas da profissão. O exercício ilegal é uma dos temas.

- Quem se aventura nisso é bandido e sabe que é uma grave irregularidade - acrescentou o professor.

Segundo o médico, podem ocorrer imprevistos tanto durante a realização de um parto normal, quanto de uma cesariana. Esses imprevistos exigem que o profissional tenha qualificação para decidir rápido o que fazer:

- Um estudante  nunca poderia atender qualquer paciente sem a supervisão de um médico.

Falso médico Silvino da Silva Magalhaes.
Foto: Vera Araujo - O Globo.

Sócio de clínica onde estudante atuava como médico é candidato . Foto: Márcia Foletto ( O GLOBO )

Nesta quarta-feira, equipes da delegacia estiveram na clínica para recolher fichas de pacientes e intimar o dono do hospital, Deodalto José Ferreira, a prestar depoimento sobre os atendimentos feitos pelo estudante e os óbitos ocorridos. Depois que policiais deixaram a clínica, pacientes que se aglomeravam na recepção, incitados pelo proprietário da clínica, chegaram a fazer um pequeno protesto em favor dele. Um carro de som do candidato Fábio Ferreira, irmão de Deodalto e sócio dele na clínica, estava parado na porta. Fábio também é medico anestesiologista.



LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO !
PARA SEMPRE SEJA LOUVADO !

Documentos de 27 pacientes apreendidos com as respectivas cópias dos títulos eleitorais indicariam troca de serviços do hospital por voto

Foto: Severino Silva / Agência O Dia

Silvino não tinha permissão para tratar pacientes

Foto: Uanderson Fernandes / Agência O Dia

Patrícia (D) diz ter desmaiado ao dar à luz as gêmeas Alana e Sofia

Foto: Severino Silva / Agência O Dia

DONA DE CASA PERDEU BEBÊ

A dona de casa chegou a forjar residência na casa do irmão em Paracambi para conseguir o atendimento no centro social. Desta maneira, poderia realizar o parto no hospital de Belford Roxo e fazer laqueadura. Na oitava consulta pré-natal, em 8 de agosto, com Deoldato José Ferreira, dono do hospital de Belford Roxo, ela já se queixava de dores e de sangramento. Deodalto e o irmão dele, Flávio Campos Ferreira — que é, inclusive, candidato a deputado estadual pelo PR, e, na época, candidato a prefeito de Paracambi — autorizaram a realização da cesariana.

Nos dias 8 e 9 de agosto, Martineli foi a Belford Roxo, se queixando, cada vez mais, de dores e sangramento. Ela foi encaminhada aos cuidados de uma médica chamada Dulcinete — supostamente irmã de Deodalto e Flávio — mas foi atendida por um médico que assinou em cima do carimbo de Deodalto. Martineli não guardou o nome deste médico.

— Eu estava com muita dor e perdendo água e sangue. Ele disse que isso era normal e mandou que eu voltasse quando o doutor Deodalto estivesse lá. No dia 13 eu voltei lá, mas o doutor Deodalto me mandou voltar para casa, e marcou minha cesariana com laqueadura para o dia 20.

Não foi possível, no entanto, esperar até esta data. No dia 16, Martineli sentiu que a criança não se mexia mais, e no dia 17, correu para a Maternidade Praça Quinze, onde foi encaminhada para a Maternidade Pró-Matre. A médica tentou reanimar a menina a todo custo, mas não adiantou: Dyimily nasceu sem vida.

— Senti uma raiva muito grande. Se o doutor Deodalto estivesse ali, eu o matava — desabafa.

Na época, a dona de casa chegou a ir na 54 DP (Paracambi), mas não deu continuidade à denúncia. Hoje, depois de ver casos parecidos com o dela, Martineli pretende voltar à delegacia.

— O filho que estou esperando hoje está bem. Com a carteira do SUS, paguei 25 reais por mês para fazer ultrassom todo mês em clínica particular, pois não confio mais em qualquer um. Mas ele não vai substituir a filha que planejei tanto e perdi.

BAGUNÇA DOS CURRAIS ELEITORAIS

POPULAÇÃO NÃO SABE O QUE FAZER PARA SE DEFENDER NA BAIXADA FLUMINENSE DOS PIKARETAS NO SERVIÇO PÚBLICO

15 ANOS SE FAZENDO PASSAR POR CARDIOLOGISTA


FUNCIONÁRIOS SEM FORMAÇÃO,
COMPRA DE DIPLOMAS,
APADRINHADO DO POLÍTICO,
ASSESSOR,
CONCURSO TREM DA ALEGRIA,
DESVIOS DE FUNÇÃO,
FUNCIONÁRIOS SEM CONCURSO PÚBLICO ...
... É A MÁFIA ...

O DIA / Hélvio Lessa e Paula Sarapu

Falso médico já foi candidato a vereador

Ao lado da antiga casa, comitê do ‘Dr. Silvino’  

Foto: Alessandro Costa / Agência O Dia

Rio - Cinco anos depois de trancar a faculdade, Silvino se intitulava “doutor”. Como candidato a vereador pelo partido Partido Social Cristão (PSC), em 2008, ele apoiou o então candidato Nelson Bournier à Prefeitura de Nova Iguaçu, usando ‘Dr. Silvino’ como nome de guerra. Seu comitê de campanha funcionava no terreno de uma casa no bairro simples de Bela Vista, de frente para a casa onde morava na época. Naquele mesmo ano, o falso médico casou-se, mudou-se e não deixou o endereço com a vizinhança. Mas, no auto de qualificação da Polícia Civil, ainda é lá que Silvino mora. Ele também não foi localizado por O DIA no telefone celular que informou aos policiais nem por meio de seus advogados.

“A gente aqui não consultava com ele. Ele fazia campanha, mas não tinha boa fama como médico”, contou uma vizinha. “Ele morava aqui sozinho e sumiu depois que não ganhou nada nas eleições. A gente soube que ele casou. Só descobrimos que ele era falso médico agora. Ainda bem que nenhuma vizinha consultou com ele, porque poderia ter morrido”, disse outra moradora do bairro. Naquela eleição, segundo consulta aos registros do Tribunal Regional Eleitoral, ele conquistou 542 votos e ficou como suplente.

Trinta vítimas contam horrores que passaram nas mãos de falsos médicos

Depois de ouvir relatos de 30 mulheres vítimas desde o início da semana, que registraram queixa contra os falsos médicos do Hospital de Clínicas de Belford Roxo, o delegado da 54ª DP (Belford Roxo), Antônio Silvino, concluiu que o que acontecia na unidade era uma “carnificina”. “Pelo que nós temos aqui, era uma carnificina. Tem relatos de coisas absurdas. Um falso médico abriu a barriga de uma menina sem anestesia. Em outro caso, a criança ficou com paralisia cerebral. Hoje (ontem) veio uma vítima se queixar de que foi fazer retirada de ovário e ficou com cicatriz até o peito. O hospital é acusado de um festival de horrores”, contou. Além do atendimento feito por falsos médicos, a unidade é investigada também por compra de votos. Cerca de 70% dos 200 prontuários de atendimento recolhidos pela Justiça Eleitoral no local vinham com títulos eleitorais.

Isamara e filha na 54ª DP: queixa contra Silvino por dores após a cesariana e que sente até hoje

Foto: Alessandro Costa / Agência O Dia

Anteontem, a juíza que determinou a busca do material na clínica foi ameaçada de morte por meio de Disque-Denúncia. A Justiça Eleitoral informa que os órgãos de segurança foram acionados para a proteção da magistrada e para a investigação do caso.

Ontem de manhã, várias mães aguardavam na delegacia com os filhos no colo para registrar queixa contra os falsos médicos Silvino da Silva Magalhães e o boliviano Félix Jorge Garcia Arozqueta. O delegado da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Saúde Pública (DRCCSP), Fábio Cardoso, investiga se um terceiro falso médico que também atuava no hospital. Pelo menos 13 bebês morreram no hospital este ano.

Na quarta-feira, foram encontradas no Hospital de Clínicas, além de munição calibre 38, várias ampolas de morfina vencida. A diretora do Conselho Regional de Farmácia do Rio, Ana Paula Queiroz, explica que, fora do prazo de validade, a morfina, usada para casos de dor em grau máximo, não tem efeito.

Preso segunda-feira por exercício ilegal da medicina e falsificação de documentos, Silvino deixou a prisão na terça, beneficiado por habeas corpus concedido pela juíza titular da 4ª Vara Criminal de Nova Iguaçu, Elizabeth Machado Louro, com parecer favorável do Ministério Público. “Não havia indícios para que fosse mantido preso, não falava da suspeita dessas mortes, não havia nenhuma observação de que estava sendo monitorado pela polícia, nem de que aquela prática era reiterada. Na quarta, eu estava almoçando quando vi na TV a notícia das mortes. Pensei: ‘Meu Deus! Eu soltei este homem!’”, contou a juíza.

A Polícia Federal já foi comunicada para impedir que o outro falso médico, o boliviano Felix, deixe o País. “Ele continua desaparecido. Devemos pedir a prisão preventiva”, disse o delegado Fábio Cardoso, acrescentando que, segunda-feira, o proprietário da clínica, Deodalto Ferreira, irmão do candidato a deputado estadual pelo PR Dr. Flávio, vai depor. O irmão dele seria um dos beneficiários do esquema de troca de laqueaduras por votos.

Uma das dezenas de vítimas dos falsos médicos, a comerciante Isamara Teixeira dos Santos, 29, que teve filha em dezembro, foi à 54ª DP registrar queixa contra Silvino. Ela atribui dores que sente até hoje à cesariana feita por ele. “Ele até tirou fotos com minha filha após o parto. Mas, em casa, senti que uma costela parecia estar fora do lugar”, disse.

Corte para cesariana sem anestesia

 

Ana Paula Correia, 23 anos, foi vítima do falso médico colombiano Félix, que, em agosto, fez o parto do seu filho por cesariana, mesmo após ela dizer que a anestesia não fez efeito. “Ele falou que era assim mesmo. Tive febre alta e hemorragia. Agora fico sabendo disso tudo. Eu e meu filho corremos grande risco!”, indigna-se. Em janeiro de 2008, Fernanda de Lima Silva, 26, deu à luz um menino que, segundo ela, ficou com deficiência no braço direito, provocada por possível imperícia de Silvino: “O bebê era muito grande, mas ele insistiu em fazer normal. Fiquei 5 horas com fortes dores, insistindo para fazer a cesariana”.

Desde ontem, o site do Conselho Regional de Medicina do Rio (www.cremerj.org.br) tem fotos dos médicos para consulta. Cerca de 21 mil profissionais já têm fotografias cadastradas. A medida visa ajudar a identificar falsos médicos e coibir uso indevido de dados de médicos por criminosos.

Reportagem de Hélvio Lessa e Paula Sarapu

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo para sempre.