sexta-feira, 1 de julho de 2011

Moradores de Caxias convivem com grande quantidade de assaltos e homicídios. CALVÁRIO E ROTINA MACABRA SE REPETEM EM DUQUE DE CAXIAS O MAIOR E MAIS VIOLENTO MUNICÍPIO DA BAIXADA FLUMINENSE . Os assassinatos em Duque de Caxias acontecem também em plena luz do dia, em ruas movimentadas. o cardiologista Jorge Renato de Souza, de 43 anos, foi executado, mesmo sem reagir.

O DIA / Francisco Edson Alves
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Moradores de Caxias convivem com grande quantidade de assaltos e homicídios






Roberto Ferreira mostra a foto do irmão, Ronaldo: morte a pauladas
Foto: Alexandre Vieira/ Agência O DiaRio - O empresário Roberto Ferreira, de 42 anos, saiu atônito da 60ª DP (Campos Elíseos), em Duque de Caxias, quinta-feira à tarde. Nas mãos trêmulas, o registro da morte do irmão, o comerciante Ronaldo Ferreira, de 50, assassinado a pauladas, na madrugada daquele dia, no Jardim Primavera, quando ia para casa depois de ter fechado o bar de sua propriedade. O calvário enfrentado por Roberto e sua família é a rotina macabra que se repete mais de uma vez por dia no maior e mais violento município da Baixada Fluminense.

“Parece que foi uma tentativa de assalto. Qualquer que seja o motivo, porém, ninguém tem o direito de tirar a vida de um trabalhador dessa forma tão cruel”, lamentou Roberto, lembrando que o irmão era casado, tinha duas filhas e uma neta.

Dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) mostram que os índices de criminalidade oscilam em Duque de Caxias, mas os números se mantêm sempre elevados. Somente em 2010, as quatro delegacias da cidade registraram 369 homicídios dolosos (com intenção), 154 a menos que o ano anterior. No último trimestre do ano passado, houve crescimento do número de casos desse delito na comparação com o mesmo período de 2009: subiu de 94 para 110 mortes.

Os assassinatos em Duque de Caxias acontecem também em plena luz do dia, em ruas movimentadas. Na manhã do dia 24 de janeiro, o cardiologista Jorge Renato de Souza, de 43 anos, foi executado, mesmo sem reagir, segundo testemunhas, por bandidos que roubaram seu carro, no bairro Olavo Bilac. Ao ligar para o celular do médico, parentes ainda foram humilhados pelos bandidos, que colocaram um funk para que os familiares ouvissem.

Estudo divulgado semana passada pelo Ministério da Justiça e Instituto Sangari, intitulado ‘Mapa da Violência 2011 - Os Jovens do Brasil’, aponta que a grande quantidade de homicídios vem tendo como motor a morte de jovens desde a década passada.


De 2006 a 2008 — último período pesquisado pelo ministério —, a taxa de mortalidade entre jovens de 15 a 24 anos em Caxias foi de 70,1 para cada grupo de 100 mil jovens. O município aparece no período como o primeiro em morte juvenil no estado e o 16º no País.

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