domingo, 29 de dezembro de 2002

Data 10/07/2003 - DOENÇA NO TRABALHO - Vivências como assédio, humilhação e constrangimento no meu trabalho de professora da rede de educação do município de Belford Roxo de certa forma desencadearam ou agravaram o meu adoecimento psíquico. (professora Faiza Khálida).




Data 10/07/03





PARTE DO PROCESSO DE 2003 escrito à mão COM ASSINATURA E MATRÍCULAS MUNICIPAIS
"... MINHA TRISTEZA CADA DIA MAIS AUMENTA. Peço a Prefeitura que custeie para mim um tratamento Psicológico e Psiquiátrico pois sei que não me encontro mais, depois de tudo isso, no meu senso normal e em condições de desempenhar minhas funções equilibradamente. Inúmeras as vezes em que chorei e que passo meus dias lembrando e relembrando esses tristes episódios que não consigo mais tirá-los da minha cabeça sentindo um vazio muito grande que não sei explicar. Por Jesus Cristo preciso de ajuda médica".

Xxxxxx Fagundes Coutinho
Professorx de língua inglesa
5508 e 14725




Após um período de depressão intensa, angústia e sofrimento, eu consegui ir até outro município, só, procurar socorro na emergência do Centro Psiquiátrico do Rio de Janeiro  em 10/07/2003 onde eu fui avaliada em um dia por um médico psiquiatra e uma assistente social. Foram constatadas doença, necessidade do uso de medicações psicotrópicas e necessidade de acompanhamento psiquiátrico e tratamento psicológico contínuos.


O FORMULÁRIO DE REFERÊNCIA DO CENTRO PSIQUIÁTRICO DO RIO DE JANEIRO CONSTA DE PROCESSOS ADMINISTRATIVOS DE 2003 MEUS ARQUIVADOS PELA PROCURADORIA DE BELFORD ROXO



FORMULÁRIO DE REFERÊNCIA DO CENTRO PSIQUIÁTRICO DO RIO DE JANEIRO (CPRJ) DE 10/07/2003


SERVIÇO PÚBLICO ESTADUAL
SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE
SUBSECRETARIA DE SAÚDE
SUPERINTENDÊNCIA DE SAÚDE
CENTRO PSIQUIÁTRICO RIO DE JANEIRO

Rio de Janeiro, 10/07/2003

FORMULÁRIO DE REFERÊNCIA

Encaminhamos Xxxxxx Fagundes Coutinho
Ao CAPS / LESLIE
Rua/Av. Marechal Deodoro, 147 Centro Bairro 25 de Agosto

Observação: Ambulatório de Psiquiatria

     X Srx Xxxxxx de 30 anos, foi atendidx em nossa emergência e foi orientadx pelo médico a iniciar tratamento c/ atendimento regular no ambulatório.
     Queixa-se muita cefaleia, insônia, muito agressivx, chora c/ facilidade, vontade de se matar, tristeza.
     Solicitamos atendimento em consulta p/ x mesmo que reside na área abrangente deste serviço.
Fizemos contato por tel. X paciente foi agendado p/ Dia 17/7/03 às 13:00hs c/ Dra Rosângela.
     Grata
Assistente Social 

CENTRO PSIQUIÁTRICO RIO DE JANEIRO
Pça. Coronel Assunção s/n Saúde Rio de Janeiro/RJ
CEP: 20220-480 Tel: 2516-5504 Fax: 2516-9451
CNPJ: 42.498.7170022-80 



Sempre sozinha eu fui no centro da cidade de Duque de Caxias onde morava até o CAPs para ter atendimento com nova psiquiatra marcada pelos profissionais da saúde do Centro Psiquiátrico do Rio de Janeiro. Eles me explicaram que infelizmente não seria permitido que eu tivesse a sequência do meu tratamento necessário por lá porque a minha residência ficava em outro município. Mas me foram dados muitos remédios gratuitamente graças a Deus suficientes para meses de uso contínuo.

RECEITUÁRIO DE CONTROLE ESPECIAL
CENTRO PSIQUIÁTRICO RIO DE JANEIRO
DIAZEPAM 10/07/2003








RECEITUÁRIO DE CONTROLE ESPECIAL
CENTRO PSIQUIÁTRICO RIO DE JANEIRO
 PRESCRIÇÃO
AMITRIPTILINA
10/07/03




No Caps de Duque de Caxias a médica psiquiatra no registro de atendimento fez referência aos sintomas depressivos e problemas estressores no meu trabalho profissional no magistério da rede Municipal de Belford Roxo. Mais receitas me foram dadas e novo encaminhamento feito ao atendimento regular na Prefeitura Municipal de Duque de Caxias. Eu deveria comparecer a uma sala no Hospital Infantil da Cidade onde eu seria mais uma vez encaminhada para, enfim, ser acompanhada regularmente por médico psiquiatra e psicólogo.


REGISTRO DO CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL LESLIE CHAVIN
 17/07/2003




NO VERSO DA PRIMEIRA FOLHA DO REGISTRO DO CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL LESLIE CHAVIN DE DUQUE DE CAXIAS A MÉDICA PSIQUIATRA RELATOU POUCA MELHORA COM O ANTIDEPRESSIVO AMYTRIL QUE EU ESTAVA USANDO HÁ 7 DIAS (17/07/2003).





SEGUNDA FOLHA DO REGISTRO DO CAPS DE DUQUE DE CAXIAS MEDICAMENTO DOSE DIÁRIA - DIAGNÓSTICO SINDRÔMICO - ENCAMINHAMENTO - ASSINATURA DA MÉDICA PSIQUIATRA TÉCNICA - CRM  (17/07/2003) E CONFERÊNCIA COM O DOCUMENTO ORIGINAL





RECEITUÁRIO DE CONTROLE ESPECIAL PASSADO PELA MÉDICA PSIQUIATRA TÉCNICA DO CAPS DE DUQUE DE CAXIAS
 MEDICAMENTO PARA DEPRESSÃO




REMÉDIO TAMBÉM PASSADO PELA PSIQUIATRA E HOMEOPATA DO CAPS DE DUQUE DE CAXIAS EM 17/07/2003
2 TABLETS MANHÃ / TARDE / NOITE



MÉDICA PSIQUIATRA TÉCNICA DO SUS SOLICITA TRATAMENTO AMBULATORIAL PSIQUIÁTRICO EM 17/07/03




PREFEITURA MUNICIPAL DE DUQUE DE CAXIAS
Secretaria Municipal de Saúde
Coordenadoria de Saúde Coletiva
Centro de Atenção Psicossocial Leslie Chavin

Data de entrada no serviço 17/07/03

Identificação

Nome: Xxxxxx F. Coutinho
Data de Nascimento 15/09/72 Idade 30 anos
Sexo: (X) Xxxxxxxxx
RG: 09089680-4                   CPF: 024114147-81              Título de Eleitor:
Endereço: Av. N. S. Graças 40
Ponto de Referência:
Sub-Bairro: Xerém                CEP:                  Telefone: Xxxx-xxxx          xxxx-xxxx

Filiação
Mãe: Xxxx Xxxxxxxx Xxxxxxxx
Pai: Xxxx Xxxxxx Xxxxxxxx

Acompanhado por
Encaminhado por CPRJ.

História de adoecimento psíquico

No Hospital Infantil de Duque de Caxias eu enfrentei pela primeira vez a precariedade do atendimento público de saúde no Brasil. A fila para o atendimento estava grande. Demorou longo tempo. Reclamações gerais ocorriam das pessoas na fila. Quando fui atendida me disseram que infelizmente não seria possível que eu tivesse a continuação do atendimento. Não havia como encaixar novos pacientes naquele instante e não havia perspectiva de quando abriria novas vagas no município em que eu morava.

Eu não podia nem me tratar na rede pública no município do Rio de Janeiro onde o atendimento funcionava, nem no município da Baixada Fluminense em que eu morava porque embora a demanda fosse imensa, não havia vagas na prática.

Continuando a buscar ajuda psicológica eu me dirigi novamente ao município do Rio de Janeiro, desta vez para tentar pela via particular, com a Clínica de Reabilitação Casa das Palmeiras em Botafogo. O trabalho deles me chamou atenção porque havia uma abordagem terapêutica através de procedimentos artísticos como pintura. Lá o profissional médico psiquiatra Edgar Tavares novamente me encaminhou  ao IPUB - Serviço de Psiquiatria da UFRJ que me informou novamente que eu não poderia ter o acompanhamento por eles por morar em outra região.

MÉDICO PSIQUIATRA EDGAR TAVARES DA CLÍNICA DE REABILITAÇÃO CASA DAS PALMEIRAS ME ENCAMINHOU PARA PSICOTERAPIA AMBULATORIAL EM 21/07/2003



Daí eu consegui localizar um consultório de um profissional particular na região central de Duque de Caxias possivelmente na localidade 25 de agosto. Eu me recordo que passei a pagar consultas seguidas com ele através do dinheiro do meu salário que eu recebia da Prefeitura de Belford Roxo. O nome dele era Dr. Aguimar. Eu lembro também que eu permanecia deitada na sala e ele me incentiva que eu colocasse para fora as experiências traumáticas que eu vivia no ambiente de trabalho de professor. Eu tinha impressão na época de que ele gravava os meus relatos, mas é apenas uma hipótese. Embora fosse um profissional sério, com uma proposta séria, essa abordagem terapêutica não surtia em mim o efeito desejado. Ao longo das consultas eu não tinha melhora. Os traumas, medos e fobias não se resolviam de forma que eu melhorasse e eu sentia que estava perdendo em vão todo o dinheiro que desembolsava.

Então continuando encontrei uma pessoa que informava ser psicólogo profissional anunciando atender próximo da minha casa, acredito em sua residência na localidade "Beira Serra". Além de todo o problema profissional, mal-estar, depressão, transtorno e sofrimento decorrentes, ele queria abordar também os outros aspectos da minha vida. Eu contava a ele a forma como eu me percebia e me sentia bem de viver e me relacionar plenamente, pois era transexual feminina, mas não havia iniciado o processo de transição. Eu manifestava a ele a minha realidade feminina. Logo de início ele não aceitou essa condição. Embora ele me mandasse sempre e diretamente eu desistir e parar de dizer que eu me sentia uma mulher, que eu era uma mulher, que isso era besteira, o assunto voltava nas próximas "consultas" porque eu levava muito a sério a situação e procurava dizer a verdade. Aqui onde eu moro em Xerém há uma influência muito grande do meio católico e evangélico e o psicólogo era também religioso, de família religiosa conhecida, atendia em casa, andava humildemente de bicicleta - sem desmerecer o fato - , nunca possuiu um consultório fora de sua residência ou atendeu na rede pública. Talvez eu tenha perdido o meu tempo com uma pessoa que nem profissional era. O que ele mandava eu fazer eu não conseguia fazer. O valor das consultas dele era mais adequado ao que eu podia pagar, mas nada deu certo também ou resultou em melhora e bem-estar.

Eu lembro que eu dei entrada em processo administrativo pedindo para que a Prefeitura Municipal de Belford Roxo custeasse um tratamento Psicológico e Psiquiátrico para mim alegando que eu não me encontrava mais depois de tudo que havia passado no trabalho da rede municipal de educação em Belford Roxo em condições de desempenhar minhas funções equilibradamente, mas eu não fui atendida. Eu sentia que faltava interesse em me prestar assistência social, psicológica no órgão de trabalho em que eu me encontrava. De fato, esse tipo de assistência, apoio e ajuda eu nunca tive.

No mesmo parágrafo do processo administrativo endereçado a Prefeitura Municipal de Belford Roxo em 2003 e arquivado pela Procuradoria do Município, eu registrei que inúmeras vezes eu me encontrava chorando e relembrando esses tristes episódios no trabalho que não conseguia mais tirá-los da minha cabeça sentindo um vazio muito grande e outros sintomas psiquiátricos que não conseguia explicar pedindo em nome do Senhor Jesus Cristo ajuda médica.




(Professora Faiza Khálida Fagundes Coutinho - Prefeitura Municipal de Belford Roxo, matrículas 5508 e 14725, Identidade 09089680-4, CPF 024114147-81)

Bendito é o preciosíssimo sangue do Senhor Jesus

Jesus é o caminho
Louvado o Senhor Jesus Cristo para sempre.

1- Secretaria de Educação e Procuradoria Municipal de Belford Roxo me puniram por escrever nos diários de classe que tinha fortes dores de cabeça na escola e que a escola para mim era um lugar de traumas emocionais e profissionais.


2- Havia descaso com meu estado psicológico e mental.



3- Procuradores de Belford Roxo não levavam em conta meu estado mental.




4- A perturbação mental começou em 2002 quando fui ameaçada de ruína e morte pela subsecretária de educação de Belford Roxo após anos sofrendo homofobia em escola municipal.


5- Nova ameaça de morte em escola em 2007 piorou meu quadro psicológico e mental.


6- Roubo dos meus 2 aparelhos portáteis que eu utilizava para dar aulas contribuiu para meu estado de abatimento, desânimo, desmotivação e depressão.


7- Relatório técnico sobre meu desempenho em 2002 me trouxe danos  profissionais e pessoais.


8- Primeira parte - sobre danos gerados pelo relatório técnico de 2002.


9- Segunda parte - sobre danos gerados por relatório técnico de 2002.



10- Mais um evento traumático comigo ficou impune devido ao meu estado de abatimento, apatia e inércia. Eu fui retirada à força de dentro do banheiro feminino da Prefeitura e jogada no chão da escada por aproximadamente 8 guardas-municipais a mando do subsecretário Paulo Allevato.


11- Funcionários públicos municipais de Belford Roxo desrespeitavam a identidade de gênero de transgêneros, travestis e transexuais.


12- Procurador de Belford Roxo LORIVAL ALMEIDA DE OLIVEIRA mentiu dizendo que eu havia recebido cópia de processo para ter como me defender. Na ESCOLA MUNICIPAL JORGE AYRES DE LIMA não me deram cópia de nada e de nenhum processo. Não me deixaram ler o processo ou tirar cópia dele. 


13- Orientadora se mobilizava para me tirar de escola municipal de Belford Roxo e me prejudicava, exclusão e isolamento.


14- Em 2009, o subsecretário municipal de Educação de Belford Roxo Miguel de Sousa Ramiro que prometeu mandar a minha frequência pelo período coberto pelo LAUDO MÉDICO PSIQUIÁTRICO, 2 semanas depois disse para mim que havia esquecido de tudo inclusive do MEU LAUDO MÉDICO mediante a pressão do supervisor educacional, consultor e assessor jurídico Jorge Silva (mat. 54368). OFÍCIOS REFERENTES A MIM FORAM EXTRAVIADOS NA SEMED (secretaria municipal de educação de Belford Roxo).


15- A PREFEITURA MUNICIPAL DE BELFORD ROXO, A PROCURADORIA MUNICIPAL E A SECRETARIA DE EDUCAÇÃO NUNCA ADMITIAM EM PUNIÇÃO, OCORRÊNCIA, RELATOS, RELATÓRIOS, PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS E INQUÉRITOS, INCLUSIVE OS QUE ME DEMITIRAM DEFINITIVAMENTE DO FUNCIONALISMO PÚBLICO MUNICIPAL, QUE EU ATRAVESSAVA TANTO UM PROCESSO BIOQUÍMICO DIÁRIO QUE AFETAVA  TODA A MINHA MENTE E TODO O MEU CORPO COMO TAMBÉM  ATRAVESSAVA UMA REALIDADE QUE ME CAUSAVA SOFRIMENTO.


16- O RELATÓRIO SOBRE O II CONSELHO DE CLASSE DE 2007 NA ESCOLA MUNICIPAL JORGE AYRES DE LIMA FEITO PELA ORIENTADORA PEDAGÓGICA CONCEIÇÃO COM O OBJETIVO discriminatório DE ME PREJUDICAR.


17- 2002 foi o ano em que pela primeira vez eu senti que havia ficado doente por causa do trabalho.


18- Em 1/10/2005 o Jornal O DIA informava na sua reportagem que eu havia começado a tomar hormônios em 2002 e a fazer procedimentos como o laser, que eu enfrentava um processo transexualizador e que eu necessitava inclusive da adequação burocrática e administrativa. O jornal O DIA também informava que eu fazia acompanhamento com psicólogos e tomava remédios como calmantes e antidepressivos por determinação médica.


19- Procuradora de Belford Roxo DÉBORA FERNANDES CORDEIRO PINTO (matrícula 80/28.585) também ligada a igreja evangélica recusou por 2 vezes o meu pedido de readmissão. FOI CURTA E GROSSA. NÃO COMENTOU SOBRE O LAUDO MÉDICO APRESENTADO. NÃO SE INTERESSOU EM AVERIGUAR O QUADRO PSIQUIÁTRICO. NÃO FEZ REFERÊNCIA AOS PROBLEMAS SOCIAIS E AO PRECONCEITO NO TRABALHO. IGNOROU TUDO SIMPLESMENTE.


20-  Não condene alguém com transtorno bipolar com sintomas psicóticos no mundo do trabalho. É o que eu posso ensinar às pessoas para que o mundo seja um pouco melhor  diante do quadro em que eu vivi no meu emprego de professora concursada e efetiva da Prefeitura Municipal de Belford Roxo.


HOMOFOBIA
AS MARCAS DESSA VIOLÊNCIA NÃO PODEM SER ENCOBERTAS
Por que me julgas se desconheces o que sofro? 

Ninguém precisa ser gay para lutar contra a homofobia

quinta-feira, 21 de novembro de 2002

O FORMULÁRIO DE REFERÊNCIA DO CENTRO PSIQUIÁTRICO DO RIO DE JANEIRO CONSTA DE PROCESSOS ADMINISTRATIVOS DE 2003 MEUS (professora Faiza Khálida) ARQUIVADOS PELA PROCURADORIA DE BELFORD ROXO. Após um período de depressão intensa, angústia e sofrimento causados pelo contexto profissional discriminatório sofrido, eu consegui ir até outro município, só, procurar socorro na emergência do Centro Psiquiátrico do Rio de Janeiro em 10/07/2003 onde eu fui avaliada em um dia por um médico psiquiatra e uma assistente social. Foram constatadas doença, necessidade do uso de medicações psicotrópicas e necessidade de acompanhamento psiquiátrico e tratamento psicológico contínuos.


O FORMULÁRIO DE REFERÊNCIA DO CENTRO PSIQUIÁTRICO DO RIO DE JANEIRO CONSTA DE PROCESSOS ADMINISTRATIVOS DE 2003 MEUS ARQUIVADOS PELA PROCURADORIA DE BELFORD ROXO



FORMULÁRIO DE REFERÊNCIA DO CENTRO PSIQUIÁTRICO DO RIO DE JANEIRO (CPRJ) DE 10/07/2003


SERVIÇO PÚBLICO ESTADUAL
SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE
SUBSECRETARIA DE SAÚDE
SUPERINTENDÊNCIA DE SAÚDE
CENTRO PSIQUIÁTRICO RIO DE JANEIRO

Rio de Janeiro, 10/07/2003

FORMULÁRIO DE REFERÊNCIA

Encaminhamos Xxxxxx Fagundes Coutinho
Ao CAPS / LESLIE
Rua/Av. Marechal Deodoro, 147 Centro Bairro 25 de Agosto

Observação: Ambulatório de Psiquiatria

     X Srx Xxxxxx de 30 anos, foi atendidx em nossa emergência e foi orientadx pelo médico a iniciar tratamento c/ atendimento regular no ambulatório.
     Queixa-se muita cefaleia, insônia, muito agressivx, chora c/ facilidade, vontade de se matar, tristeza.
     Solicitamos atendimento em consulta p/ x mesmo que reside na área abrangente deste serviço.
Fizemos contato por tel. X paciente foi agendado p/ Dia 17/7/03 às 13:00hs c/ Dra Rosângela.
     Grata
Assistente Social 

CENTRO PSIQUIÁTRICO RIO DE JANEIRO
Pça. Coronel Assunção s/n Saúde Rio de Janeiro/RJ
CEP: 20220-480 Tel: 2516-5504 Fax: 2516-9451
CNPJ: 42.498.7170022-80


Data 10/07/03




Após um período de depressão intensa, angústia e sofrimento, eu consegui ir até outro município, só, procurar socorro na emergência do Centro Psiquiátrico do Rio de Janeiro  em 10/07/2003 onde eu fui avaliada em um dia por um médico psiquiatra e uma assistente social. Foram constatadas doença, necessidade do uso de medicações psicotrópicas e necessidade de acompanhamento psiquiátrico e tratamento psicológico contínuos.

Sempre sozinha eu fui no centro da cidade de Duque de Caxias onde morava até o CAPs para ter atendimento com nova psiquiatra marcada pelos profissionais da saúde do Centro Psiquiátrico do Rio de Janeiro. Eles me explicaram que infelizmente não seria permitido que eu tivesse a sequência do meu tratamento necessário por lá porque a minha residência ficava em outro município. Mas me foram dados muitos remédios gratuitamente graças a Deus suficientes para meses de uso contínuo.

RECEITUÁRIO DE CONTROLE ESPECIAL
CENTRO PSIQUIÁTRICO RIO DE JANEIRO
DIAZEPAM 10/07/2003








RECEITUÁRIO DE CONTROLE ESPECIAL
CENTRO PSIQUIÁTRICO RIO DE JANEIRO
 PRESCRIÇÃO
AMITRIPTILINA
10/07/03




No Caps de Duque de Caxias a médica psiquiatra no registro de atendimento fez referência aos sintomas depressivos e problemas estressores no meu trabalho profissional no magistério da rede Municipal de Belford Roxo. Mais receitas me foram dadas e novo encaminhamento feito ao atendimento regular na Prefeitura Municipal de Duque de Caxias. Eu deveria comparecer a uma sala no Hospital Infantil da Cidade onde eu seria mais uma vez encaminhada para, enfim, ser acompanhada regularmente por médico psiquiatra e psicólogo.


REGISTRO DO CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL LESLIE CHAVIN
 17/07/2003




NO VERSO DA PRIMEIRA FOLHA DO REGISTRO DO CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL LESLIE CHAVIN DE DUQUE DE CAXIAS A MÉDICA PSIQUIATRA RELATOU POUCA MELHORA COM O ANTIDEPRESSIVO AMYTRIL QUE EU ESTAVA USANDO HÁ 7 DIAS (17/07/2003).





SEGUNDA FOLHA DO REGISTRO DO CAPS DE DUQUE DE CAXIAS MEDICAMENTO DOSE DIÁRIA - DIAGNÓSTICO SINDRÔMICO - ENCAMINHAMENTO - ASSINATURA DA MÉDICA PSIQUIATRA TÉCNICA - CRM  (17/07/2003) E CONFERÊNCIA COM O DOCUMENTO ORIGINAL





RECEITUÁRIO DE CONTROLE ESPECIAL PASSADO PELA MÉDICA PSIQUIATRA TÉCNICA DO CAPS DE DUQUE DE CAXIAS
 MEDICAMENTO PARA DEPRESSÃO




REMÉDIO TAMBÉM PASSADO PELA PSIQUIATRA E HOMEOPATA DO CAPS DE DUQUE DE CAXIAS EM 17/07/2003
2 TABLETS MANHÃ / TARDE / NOITE



MÉDICA PSIQUIATRA TÉCNICA DO SUS SOLICITA TRATAMENTO AMBULATORIAL PSIQUIÁTRICO EM 17/07/03




PREFEITURA MUNICIPAL DE DUQUE DE CAXIAS
Secretaria Municipal de Saúde
Coordenadoria de Saúde Coletiva
Centro de Atenção Psicossocial Leslie Chavin

Data de entrada no serviço 17/07/03

Identificação

Nome: Xxxxxx F. Coutinho
Data de Nascimento 15/09/72 Idade 30 anos
Sexo: (X) Xxxxxxxxx
RG: 09089680-4                   CPF: 024114147-81              Título de Eleitor:
Endereço: Av. N. S. Graças 40
Ponto de Referência:
Sub-Bairro: Xerém                CEP:                  Telefone: Xxxx-xxxx          xxxx-xxxx

Filiação
Mãe: Xxxx Xxxxxxxx Xxxxxxxx
Pai: Xxxx Xxxxxx Xxxxxxxx

Acompanhado por
Encaminhado por CPRJ.

História de adoecimento psíquico

No Hospital Infantil de Duque de Caxias eu enfrentei pela primeira vez a precariedade do atendimento público de saúde no Brasil. A fila para o atendimento estava grande. Demorou longo tempo. Reclamações gerais ocorriam das pessoas na fila. Quando fui atendida me disseram que infelizmente não seria possível que eu tivesse a continuação do atendimento. Não havia como encaixar novos pacientes naquele instante e não havia perspectiva de quando abriria novas vagas no município em que eu morava.

Eu não podia nem me tratar na rede pública no município do Rio de Janeiro onde o atendimento funcionava, nem no município da Baixada Fluminense em que eu morava porque embora a demanda fosse imensa, não havia vagas na prática.

Continuando a buscar ajuda psicológica eu me dirigi novamente ao município do Rio de Janeiro, desta vez para tentar pela via particular, com a Clínica de Reabilitação Casa das Palmeiras em Botafogo. O trabalho deles me chamou atenção porque havia uma abordagem terapêutica através de procedimentos artísticos como pintura. Lá o profissional médico psiquiatra Edgar Tavares novamente me encaminhou  ao IPUB - Serviço de Psiquiatria da UFRJ que me informou novamente que eu não poderia ter o acompanhamento por eles por morar em outra região.

MÉDICO PSIQUIATRA EDGAR TAVARES DA CLÍNICA DE REABILITAÇÃO CASA DAS PALMEIRAS ME ENCAMINHOU PARA PSICOTERAPIA AMBULATORIAL EM 21/07/2003



Daí eu consegui localizar um consultório de um profissional particular na região central de Duque de Caxias possivelmente na localidade 25 de agosto. Eu me recordo que passei a pagar consultas seguidas com ele através do dinheiro do meu salário que eu recebia da Prefeitura de Belford Roxo. O nome dele era Dr. Aguimar. Eu lembro também que eu permanecia deitada na sala e ele me incentiva que eu colocasse para fora as experiências traumáticas que eu vivia no ambiente de trabalho de professor. Eu tinha impressão na época de que ele gravava os meus relatos, mas é apenas uma hipótese. Embora fosse um profissional sério, com uma proposta séria, essa abordagem terapêutica não surtia em mim o efeito desejado. Ao longo das consultas eu não tinha melhora. Os traumas, medos e fobias não se resolviam de forma que eu melhorasse e eu sentia que estava perdendo em vão todo o dinheiro que desembolsava.

Então continuando encontrei uma pessoa que informava ser psicólogo profissional anunciando atender próximo da minha casa, acredito em sua residência na localidade "Beira Serra". Além de todo o problema profissional, mal-estar, depressão, transtorno e sofrimento decorrentes, ele queria abordar também os outros aspectos da minha vida. Eu contava a ele a forma como eu me percebia e me sentia bem de viver e me relacionar plenamente, pois era transexual feminina, mas não havia iniciado o processo de transição. Eu manifestava a ele a minha realidade feminina. Logo de início ele não aceitou essa condição. Embora ele me mandasse sempre e diretamente eu desistir e parar de dizer que eu me sentia uma mulher, que eu era uma mulher, que isso era besteira, o assunto voltava nas próximas "consultas" porque eu levava muito a sério a situação e procurava dizer a verdade. Aqui onde eu moro em Xerém há uma influência muito grande do meio católico e evangélico e o psicólogo era também religioso, de família religiosa conhecida, atendia em casa, andava humildemente de bicicleta - sem desmerecer o fato - , nunca possuiu um consultório fora de sua residência ou atendeu na rede pública. Talvez eu tenha perdido o meu tempo com uma pessoa que nem profissional era. O que ele mandava eu fazer eu não conseguia fazer. O valor das consultas dele era mais adequado ao que eu podia pagar, mas nada deu certo também ou resultou em melhora e bem-estar.

Eu lembro que eu dei entrada em processo administrativo pedindo para que a Prefeitura Municipal de Belford Roxo custeasse um tratamento Psicológico e Psiquiátrico para mim alegando que eu não me encontrava mais depois de tudo que havia passado no trabalho da rede municipal de educação em Belford Roxo em condições de desempenhar minhas funções equilibradamente, mas eu não fui atendida. Eu sentia que faltava interesse em me prestar assistência social, psicológica no órgão de trabalho em que eu me encontrava. De fato, esse tipo de assistência, apoio e ajuda eu nunca tive.

No mesmo parágrafo do processo administrativo endereçado a Prefeitura Municipal de Belford Roxo em 2003 e arquivado pela Procuradoria do Município, eu registrei que inúmeras vezes eu me encontrava chorando e relembrando esses tristes episódios no trabalho que não conseguia mais tirá-los da minha cabeça sentindo um vazio muito grande e outros sintomas psiquiátricos que não conseguia explicar pedindo em nome do Senhor Jesus Cristo ajuda médica.


PARTE DO PROCESSO DE 2003 escrito à mão COM ASSINATURA E MATRÍCULAS MUNICIPAIS
"... MINHA TRISTEZA CADA DIA MAIS AUMENTA. Peço a Prefeitura que custeie para mim um tratamento Psicológico e Psiquiátrico pois sei que não me encontro mais, depois de tudo isso, no meu senso normal e em condições de desempenhar minhas funções equilibradamente. Inúmeras as vezes em que chorei e que passo meus dias lembrando e relembrando esses tristes episódios que não consigo mais tirá-los da minha cabeça sentindo um vazio muito grande que não sei explicar. Por Jesus Cristo preciso de ajuda médica".

Xxxxxx Fagundes Coutinho
Professorx de língua inglesa
5508 e 14725










(Professora Faiza Khálida Fagundes Coutinho - Prefeitura Municipal de Belford Roxo, matrículas 5508 e 14725, Identidade 09089680-4, CPF 024114147-81)

Bendito é o preciosíssimo sangue do Senhor Jesus

Jesus é o caminho
Louvado o Senhor Jesus Cristo para sempre.

1- Secretaria de Educação e Procuradoria Municipal de Belford Roxo me puniram por escrever nos diários de classe que tinha fortes dores de cabeça na escola e que a escola para mim era um lugar de traumas emocionais e profissionais.


2- Havia descaso com meu estado psicológico e mental.



3- Procuradores de Belford Roxo não levavam em conta meu estado mental.




4- A perturbação mental começou em 2002 quando fui ameaçada de ruína e morte pela subsecretária de educação de Belford Roxo após anos sofrendo homofobia em escola municipal.


5- Nova ameaça de morte em escola em 2007 piorou meu quadro psicológico e mental.


6- Roubo dos meus 2 aparelhos portáteis que eu utilizava para dar aulas contribuiu para meu estado de abatimento, desânimo, desmotivação e depressão.


7- Relatório técnico sobre meu desempenho em 2002 me trouxe danos  profissionais e pessoais.


8- Primeira parte - sobre danos gerados pelo relatório técnico de 2002.


9- Segunda parte - sobre danos gerados por relatório técnico de 2002.



10- Mais um evento traumático comigo ficou impune devido ao meu estado de abatimento, apatia e inércia. Eu fui retirada à força de dentro do banheiro feminino da Prefeitura e jogada no chão da escada por aproximadamente 8 guardas-municipais a mando do subsecretário Paulo Allevato.


11- Funcionários públicos municipais de Belford Roxo desrespeitavam a identidade de gênero de transgêneros, travestis e transexuais.


12- Procurador de Belford Roxo LORIVAL ALMEIDA DE OLIVEIRA mentiu dizendo que eu havia recebido cópia de processo para ter como me defender. Na ESCOLA MUNICIPAL JORGE AYRES DE LIMA não me deram cópia de nada e de nenhum processo. Não me deixaram ler o processo ou tirar cópia dele. 


13- Orientadora se mobilizava para me tirar de escola municipal de Belford Roxo e me prejudicava, exclusão e isolamento.


14- Em 2009, o subsecretário municipal de Educação de Belford Roxo Miguel de Sousa Ramiro que prometeu mandar a minha frequência pelo período coberto pelo LAUDO MÉDICO PSIQUIÁTRICO, 2 semanas depois disse para mim que havia esquecido de tudo inclusive do MEU LAUDO MÉDICO mediante a pressão do supervisor educacional, consultor e assessor jurídico Jorge Silva (mat. 54368). OFÍCIOS REFERENTES A MIM FORAM EXTRAVIADOS NA SEMED (secretaria municipal de educação de Belford Roxo).


15- A PREFEITURA MUNICIPAL DE BELFORD ROXO, A PROCURADORIA MUNICIPAL E A SECRETARIA DE EDUCAÇÃO NUNCA ADMITIAM EM PUNIÇÃO, OCORRÊNCIA, RELATOS, RELATÓRIOS, PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS E INQUÉRITOS, INCLUSIVE OS QUE ME DEMITIRAM DEFINITIVAMENTE DO FUNCIONALISMO PÚBLICO MUNICIPAL, QUE EU ATRAVESSAVA TANTO UM PROCESSO BIOQUÍMICO DIÁRIO QUE AFETAVA  TODA A MINHA MENTE E TODO O MEU CORPO COMO TAMBÉM  ATRAVESSAVA UMA REALIDADE QUE ME CAUSAVA SOFRIMENTO.


16- O RELATÓRIO SOBRE O II CONSELHO DE CLASSE DE 2007 NA ESCOLA MUNICIPAL JORGE AYRES DE LIMA FEITO PELA ORIENTADORA PEDAGÓGICA CONCEIÇÃO COM O OBJETIVO discriminatório DE ME PREJUDICAR.


17- 2002 foi o ano em que pela primeira vez eu senti que havia ficado doente por causa do trabalho.


18- Em 1/10/2005 o Jornal O DIA informava na sua reportagem que eu havia começado a tomar hormônios em 2002 e a fazer procedimentos como o laser, que eu enfrentava um processo transexualizador e que eu necessitava inclusive da adequação burocrática e administrativa. O jornal O DIA também informava que eu fazia acompanhamento com psicólogos e tomava remédios como calmantes e antidepressivos por determinação médica.


19- Procuradora de Belford Roxo DÉBORA FERNANDES CORDEIRO PINTO (matrícula 80/28.585) também ligada a igreja evangélica recusou por 2 vezes o meu pedido de readmissão. FOI CURTA E GROSSA. NÃO COMENTOU SOBRE O LAUDO MÉDICO APRESENTADO. NÃO SE INTERESSOU EM AVERIGUAR O QUADRO PSIQUIÁTRICO. NÃO FEZ REFERÊNCIA AOS PROBLEMAS SOCIAIS E AO PRECONCEITO NO TRABALHO. IGNOROU TUDO SIMPLESMENTE.


20-  Não condene alguém com transtorno bipolar com sintomas psicóticos no mundo do trabalho. É o que eu posso ensinar às pessoas para que o mundo seja um pouco melhor  diante do quadro em que eu vivi no meu emprego de professora concursada e efetiva da Prefeitura Municipal de Belford Roxo.




HOMOFOBIA
AS MARCAS DESSA VIOLÊNCIA NÃO PODEM SER ENCOBERTAS
Por que me julgas se desconheces o que sofro? 

Ninguém precisa ser gay para lutar contra a homofobia