sexta-feira, 1 de julho de 2011

176.938 MORADORES DE BELFORD ROXO vivem abaixo da linha da pobreza (37,7%), dos quais 73.685 (15,7%) são considerados indigentes. não basta abrir novas indústrias na Baixada Fluminense. “Como os moradores não têm qualificação, o empregador vai buscar a mão de obra fora”.

Um terço dos moradores de Belford Roxo vive com meio salário

 
A realidade socioeconômica de Belford Roxo é um pesadelo para 37,7% de seus moradores. Estudo da Casa Fluminense, que se dedica a discutir a Região Metropolitana do Rio, mostra que, de seus 3,6 milhões de habitantes na Baixada Fluminense, 1.213.297 vivem abaixo da linha da pobreza, com renda de até meio salário mínimo. Desses, 507.640 (42,2%) sobrevivem com até 25% do salário. A pesquisa tem como base o Censo 2010, do IBGE, quando o salário mínimo era de R$ 510 — atualmente é de R$ 724. Já a definição da linha de pobreza baseia-se nos critérios do governo para a concessão de benefícios sociais.
Segundo a autora do estudo, a doutora em Economia e professora da UFRJ Valéria Pero, o caminho para que os índices sejam revertidos é árduo. Além de reforçar a qualificação na formação do trabalhador através de cursos técnicos, é necessário um pesado investimento na educação de base, a descentralização dos polos econômicos e a criação de uma governança metropolitana, que olhe a região como um todo, e não os municípios isoladamente. 
“Só a integração dessas frentes apontará caminhos para solucionar a questão”, diz Pero. Para efeito de comparação, no município do Rio a taxa de pobreza é de 20,9%. No Estado, ela vai a 26% — puxada pela Baixada.

Japeri dispara como o município com o pior índice: quase metade da população (45,9%) sobrevive com até meio salário — 43.830 pessoas. Entre essas, 19.193 (20,1%) só contam com até 1/4 do salário. Já em Belford Roxo, dos 469.332 moradores, 176.938 vivem abaixo da linha da pobreza (37,7%), dos quais 73.685 (15,7%) são considerados indigentes.
“É um círculo vicioso. A inserção precária no mercado de trabalho compromete a renda. A falta de qualificação de mão de obra, por sua vez, está ligada à carência de investimentos na educação”, explica Henrique Silveira, coordenador da Casa Fluminense. Na análise de Henrique, não basta abrir novas indústrias na Baixada Fluminense. “Como os moradores não têm qualificação, o empregador vai buscar a mão de obra fora”, conta. “E os habitantes locais acabam vendendo pão de queijo na porta para os que vêm de fora.” Ele prega a busca de consenso entre os novos projetos que se instalam na região e os moradores. “É preciso que estas indústrias dialoguem com a população do entorno e encontrem meios de inseri-la.”
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo para sempre.

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