sexta-feira, 1 de julho de 2011

PRECONCEITO COM PROFESSORA TRANSEXUAL VITÓRIA ANGELO BACON: "Eles faziam chacotas, tinham o apoio de alguns responsáveis pelas escolas e sempre acabam se reunindo para me ‘devolver’ à Seduc, onde estou à disposição esperando por trabalho desde a última escola por onde passei”, conta. ALEGARAM QUE PROFESSORA NÃO SERIA BOM EXEMPLO POR SER TRANSEXUAL. DIRETORA DEIXOU O FATO EMERGIR . FIZERAM UM RELATÓRIO DIFAMATÓRIO. Em todas escolas que executei atividades docentes, percebia desde o instante que tomava posse a não aceitação dos diretores, professores e alunos. Estes, começando pelos diretores, alegam que uma pessoa transexual ou travesti não possuem as devidas condições sociais de atuarem em sala de aula. A cidade tem uma altíssima porcentagem de evangélicos que tem pregam o ódio a transexuais ”. Na última escola que estive lotada Risoleta Neves, no bairro Tancredo Neves, faltou-me total apoio e, um grupo isolado de alunos, maquinados intelectualmente pela vice-diretora juntamente com seus pais, alegavam que eu não seria um bom exemplo para seus filhos pelo fato de eu vestir-me como mulher e ser transexual. Cheguei a levar a conhecimento da direção da escola que esquivando-se dos fatos, preferiu deixar os acontecimentos emergirem e acabando toda a culpa cair sobre mim. Fizera-me um relatório difamatório e encaminharam à representação de ensino da SEDUC .


DIÁRIO DA AMAZÔNIA

Professora transexual é impedida de trabalhar em escolas da Capital

http://www.diariodaamazonia.com.br/canais.php?ch=Capital&noti=3027

Porto Velho/RO, sexta-feira, 26/06/2009

REPORTER VANESSA FARIAS

Depois de passar por várias escolas estaduais na Capital, a professora Vitória Angello Bacon, aprovada em primeiro lugar para os quadros da Educação Estadual através de concurso de profissionais temporários em abril deste ano, não consegue se manter contratada por nenhuma instituição. Formada nas graduações de Letras e Física, com especialização e mestrado e mais uma recente aprovação no doutorado em Educação, Vitória é transexual e enfrenta problemas para se firmar como professora nas escolas estaduais. Segundo a professora, de 27 anos, ela escolheu a profissão porque sempre quis estudar e não precisar se marginalizar ou entrar para o mundo da prostituição para se manter, mesmo contrariando a condição sexual que a maioria dos pais e alunos está acostumado a ter como modelo para lecionar. “Eles faziam chacotas, tinham o apoio de alguns responsáveis pelas escolas e sempre acabam se reunindo para me ‘devolver’ à Seduc, onde estou à disposição esperando por trabalho desde a última escola por onde passei”, conta. Como não está trabalhando, a professora não receberá os vencimentos do mês de junho e está esperando uma nova lotação desde o último dia 2. A Secretaria Estadual de Educação (Seduc) não tem atuado com interesse em encaminhá-la para uma nova instituição, mesmo com tamanha carência nas escolas da disciplina de Física, da qual a profissional tem qualificação. “Para mim eles dizem que as vagas estão preenchidas, mas eu pedi para que um amigo ligasse para saber e disseram a ele que nove escolas do Estado estão precisando de professores de Física e Matemática”, conta.



ARTIGO O CURUMIM

No Estado do Amazonas é baixa a qualidade de ensino. As coordenadorias da SEDUC no interior e a própria SEDUC através do gabinete do Secretário Gedeão Amorim teriam antigos contratos de 2006 e 2007 que já deveriam ter sido expirados, que teriam sido renovados, infringindo a lei trabalhista e o princípio da administração pública.

Professores com ótima formação acadêmica e tempo de serviço, oriundos de outros estados, chegaram-se a mudar residência na esperança de serem convocados e alguns passam necessidades alimentícias e estão vivendo de favores em casas de amigos e familiares. Disciplinas críticas como física química e inglês há centenas de professores que nem possuem a devida habilitação para o exercício do cargo e continuariam nestas salas de aula por conveniência dos diretores e da SEDUC.

E quanto aos professores que possuem habilitação e pretendem levar melhor e mais eficazmente seus conhecimentos a estes carentes alunos do interior de educação de qualidade...

O Estado do Amazonas amargaria baixos índices no IDEB e no ENEM. Pouco mais de 8% das escolas públicas do amazonas teriam conseguido o mínimo de média no resultado do ENEM de 2008. Um dos piores estados em índices educacionais do país. Em 2008, teria ficado em última posição no IDEB da Região Norte. Isto se refletiria no despreparo dos professores que estão nas salas de aulas do interior e da capital.

Cidadania

Vitória mora em Rondônia há cinco anos e veio do Estado do Paraná em busca de trabalho, mas a condição sexual da professora já é explicita desde cedo. “Desde muito nova eu já estudei justamente porque tenho meus direitos de cidadã e espero ser respeitada profissionalmente pela capacidade e qualificação que tenho”, “Não quero me prostituir, não tenho dom para ser cabeleireira ou costureira, e as pessoas não aceitam ver pessoas como eu em outros ramos profissionais que não estes. Isso é uma questão de cidadania e inclusão social”. A professora já foi procurada pela Revista Veja, Portal G1 e Folha de São Paulo para contar sua história que deve ser propagada para todo o país. O procurador da República do Ministério Público Federal, Ercias Rodrigues de Sousa também ouviu Vitória e, segundo a assessoria do órgão, nesta segunda-feira, o procurador se reunirá em audiência com a secretária de Estado da Educação, Marli Cahula para ouvir a representante do Estado com relação ao caso, tomar conhecimento sobre o relatório apresentado contra Vitória da última escola onde trabalhou e propor uma possível campanha de conscientização contra a homofobia dentro das instituições, envolvendo profissionais, pais e alunos.




JORNAL ELETRÔNICO TUDO RONDÔNIA e agência para promoção da inclusão


http://www.tudorondonia.com/ler.php?id=11946

EM ESCOLA PÚBLICA DE RONDÔNIA PROFESSORA TRANSEXUAL É IMPEDIDA DE LECIONAR


Professora Victória Bacon


A falta de apoio da SEDUC e de políticas públicas de inserção de professores pertencentes à classe GLBT é notória e muito evidente. Digo, por experiência própria. Com 27 anos de idade, graduada em Letras e Física, mestra em educação e recentemente aprovada em doutorado, com 7 (sete) anos de experiência no magistério, abandonei toda uma história de vida e família deixando o Estado do Paraná e iniciando uma nova vida em Rondônia, desde 2004. Neste Estado tão carente de bons professores e, principalmente, na disciplina de Física, onde 70% das salas de aula de ensino médio rondoniense não têm o privilégio de terem um profissional formado e habilitado na área, estou sendo veemente perseguida por ser TRANSEXUAL. Em todas escolas que executei atividades docentes, percebia desde o instante que tomava posse a não aceitação dos diretores, professores e alunos. Estes, começando pelos diretores, alegam que uma pessoa transexual ou travesti não possuem as devidas condições sociais de atuarem em sala de aula. A cidade tem uma altíssima porcentagem de evangélicos que tem pregam o ódio a transexuais ”.

Na última escola que estive lotada Risoleta Neves, no bairro Tancredo Neves, faltou-me total apoio e, um grupo isolado de alunos, maquinados intelectualmente pela vice-diretora juntamente com seus pais, alegavam que eu não seria um bom exemplo para seus filhos pelo fato de eu vestir-me como mulher e ser transexual. Cheguei a levar a conhecimento da direção da escola que esquivando-se dos fatos, preferiu deixar os acontecimentos emergirem e acabando toda a culpa cair sobre mim. Fizera-me um relatório difamatório e encaminharam à representação de ensino da SEDUC a pedido do senhor representante, percebi que não tive o direito de defender-me e este grupo mínimo e isolado de alunos que julgam-se superiores e são homofóbicos conseguiram excluir-me da escola. Até o instante, desde o dia 10 de junho, estou aguardando comunicado do setor de lotação da SEDUC e a mesma esquiva-se em lotar-me, pois a discriminação e a homofobia são claras nesta secretaria que nunca apoiou a inclusão social de transexuais ou travestis que são professores, creio que em todo Estado de Rondônia, só haja eu, pois o preconceito comigo tem sido uma terrível experiência. Fiz duas provas através de concurso PSS aprovada em primeiro lugar com mérito. E o direito de lecionar está sendo me tirado por ideologias malditas e preconceituosas de pessoas que pensam ser superiores em relação a nós.

Agora fica a pergunta: Quantos professores que com medo da reação desta sociedade podre e maldita formada por um grupo isolado de pessoas que se dizem evangélicas
e que se rotulam donos da verdade têm medo de revelar a sua opção sexual e serem feliz da forma como eles são ? Eu sou como sou, sem máscaras . Sou feliz assim. Antes de me julgarem pela minha vida sexual , pelas roupas que eu uso , pelo meu nome imposto equivocadamente ; deveriam olhar meu perfil profissional que com certeza quem tende a ganhar é a sociedade e todo Estado de Rondônia já tão carente de professores de física (disciplina da qual leciono) e principalmente de baixos níveis em educação. Sempre me preocupei com a qualidade da educação pública deste Estado. Aqui resido há 5 anos. Deixei, como disse no início deste desabafo de vida, toda uma história de vida e família para trazer meus conhecimentos de vida e de formação acadêmica aos filhos de Rondônia… Vejam o que eu recebo??? É triste saber que em pleno século XXI isto ocorra.


A vontade dessas pessoas é medíocre. Alunos, pais, professores, diretores e a própria SEDUC não querem pessoas pertencentes à classe GLBT atuando nas salas de aula.
Pagamos impostos, votamos, temos uma identidade e principalmente uma vida toda a enfrentar toda esta sociedade podre e maldita.
Precisamos lutar pelos nossos direitos, como os negros lutaram para terem um espaço na sociedade e as mulheres serem reconhecidas como cidadãs há décadas atrás. É nossa vez. Pagamos o preço pela vida imposta pela genética . A vida de sermos mulheres incomuns.

Fiz 2 graduações, especialização e mestrado. Recentemente fui aprovada no doutorado em educação. Isto prova o quanto tenho capacidade e o quanto posso ensinar aos filhos de Rondônia. Chega de preconceito. Basta a homofobia.

Professora Victória Bacon

Porto Velho- Rondônia
Fones: (69) 32248283 ou 92710548

Fonte:
http://www.tudorondonia.com/ler.php?id=11946

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo para sempre.

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