quarta-feira, 26 de julho de 2017

Étory Luis Gonzaga - Transexual sofre preconceito no serviço público. A TRANSFOBIA INSTITUCIONAL DO SERVIÇO PÚBLICO AINDA EXISTE EMBORA O MESMO ESTADO GASTE UM GRANDE INVESTIMENTO CONTRA A TRANSFOBIA



O servidor público Étory Luis Gonzaga, um homem transexual, relatou publicamente sofrer preconceito no meio em que trabalha e pelos colegas de serviço.


Antes de ele fazer a transição de gênero, ele já trabalhava na Escola Dr. Cesário Coimbra e já sofria com a direção por causa do seu jeito de ser e de suas tatuagens inclusive. Após ele se "assumir" trans começando o tratamento hormonal, eles diziam que aceitaram o nome Étory mas no Livro constava o nome que lhe causava constrangimento. Esse nome foi retificado judicialmente em maio, a certidão de nascimento e o RG foram entregues, mas ficaram lhe enrolando e mesmo após decisão judicial lhe informaram que deveria assinar com nome antigo. As pessoas e o serviço público geram dificuldades, desconfortos e sofrimentos ao servidor público transexual. Étory não se sente bem sendo identificado como mulher e assinando o seu nome como mulher inclusive porque essa questão da identidade lhe faz muito mal e lhe impõe sofrimento desumano e desnecessário.


Em reportagem do G1, Étory relatou o sofrimento de continuar a ser chamado pelo pronome feminino durante meses e sem ter o nome alterado nos documentos oficiais. As pessoas fingem não tomar conhecimento que uma pessoa trans está sofrendo com esse constrangimento no serviço público. É um situação psicológica e mental constrangedora.


Étory Luis Gonzaga  presta os seus serviços na Escola Estadual Doutor Cesário Coimbra desde 2014. Foi aprovado em concurso público. Tomou posse em 2013. E ele realizou a sua transição de gênero no serviço público. A Justiça reconheceu o seu direito a substituição do seu nome no trabalho, mas a transfobia é também institucional, ou seja, o próprio sistema não reconhece muitas vezes o sofrimento que este impõe as pessoas trans quando lhe fazem ser identificadas no gênero que tanto lutaram para que não fossem assim identificadas e registradas.


Essas atitudes no seu serviço público com relação ao seu jeito de ser fazem mal. Também faz mal ver os seus documentos no trabalho lhe identificando com o gênero e o nome que até a Justiça reconheceu que são danosos. Os próprios colegas de trabalho do setor administrativo e de gestão o colocavam em situações vexatórias. Há um prazer aparente nessas pessoas com o sofrimento alheio manifestada em ações e omissões. Como exemplo o caso do vice-diretor que conscientemente falava assim "Vai lá e fala com aquela mocinha A Étory". Ninguém tem preconceito no serviço público não porque o preconceito não existe de fato, mas porque o preconceito é velado e quem sente o sofrimento é a pessoa transexual. Étory denunciou a discriminação a Diretoria de Ensino de Pirassununga (SP) mas a situação nunca foi resolvida. Étory também realizou denúncia escrita à mão de próprio punho formalmente a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo.


Diante de todas as questões que envolviam a transfobia institucional velada, em janeiro de 2017 Gonzaga pediu afastamento por depressão, mas o atestado foi indeferido e começaram os problemas para receber o seu salário.

A transexualidade no serviço público
Advogada tenta garantir direitos de homem trans em várias instâncias

Em abril de 2017 uma reunião entre o servidor público Étory foi agendada em Araras, mas os representantes da diretoria não compareceram. Posteriormente eles fizeram um convite para que ele fosse em Pirassununga mas sem financiar os gastos da viagem.

A Diretoria fechou o processo para a Secretaria da Educação sobre Étory dando todas as notas dele abaixo da média em avaliação. Em momento delicado de sua vida, o jovem transexual Étory também move um processo judicial para cirurgia de retirada de útero e mamas. Ele tem os laudos psiquiátricos e psicológicos, mas o plano alega que o procedimento é estético para não cobrir o gasto com os procedimentos.

Étory relatou que sente muitas dores e corre risco de desenvolver um câncer. São várias as justificativas para a mastectomia, e o plano não autoriza o procedimento. O plano de saúde também não aceitava o nome social. O Juíz deu decisão a favor de Étory concedendo indenização de danos morais e a obrigação de fazer os procedimentos cirúrgicos em 60 dias com multa diária de R$ 5 mil, mas a Unimed foi recorrer da decisão.

Aparentemente o Estado informa respeitar a inclusão e a diversidade, mas as questões de transfobia, ainda que veladas, permanecem gerando desconforto, dor, constrangimento e sofrimento a transexuais.

http://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/noticia/servidor-publico-transexual-alega-ter-sido-vitima-de-transfobia-em-escola-de-sp.ghtml?utm_source=facebook&utm_medium=share-bar-desktop&utm_campaign=share-bar

Louvado O Senhor Jesus Cristo para sempre.

Um comentário:

  1. A advogada explica que a Justiça é um meio de apoio cível, trabalhista e penal para amparar a pessoa trans. Outra advogada explicou que a pessoa trans precisa ter advogado de confiança. Para alguns, tudo só é resolvido através da Justiça. O dano moral vem do sofrimento.

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