Reprovação a Temer sobe para 70%; maioria vê governo como pior que o de Dilma, diz Ibope
Felipe Amorim
Do UOL, em Brasília 27/07/201710h02 > Atualizada 27/07/201711h57
Pesquisa Ibope encomendada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) mostra que o percentual de brasileiros que consideram o governo do presidente Michel Temer (PMDB) ruim ou péssimo é de 70%.
Com 70% dos brasileiros considerando o governo ruim ou péssimo, Temer empata com a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e ambos passam a ter o maior índice de reprovação a um governo na série histórica da pesquisa CNI/Ibope, iniciada no governo de José Sarney (PMDB), em março de 1986.
Dilma alcançou esse patamar de reprovação em dezembro de 2015, no final do primeiro ano de seu segundo mandato, e seis meses antes de ser afastada do cargo com a abertura do processo de impeachment.
Avaliação do governo Temer, segundo o Ibope
Ruim ou péssimo – 70%
Regular – 21%
Ótimo ou bom – 5%
Não sabe/Não respondeu – 3%
Na última pesquisa, divulgada em março, 55% dos brasileiros avaliaram o governo do presidente como ruim ou péssimo, percentual superior ao da sondagem publicada em dezembro, quando o governo Temer atingiu 46% de reprovação.
Esta foi a primeira pesquisa CNI/Ibope realizada após Temer ser denunciado por corrupção pela PGR (Procuradoria-Geral da República).
Ainda de acordo com a pesquisa, 5% avaliam o governo como ótimo ou bom. Em março esse percentual foi de 10%. Outros 21% consideram o governo regular, ante 31% na pesquisa de março. O Ibope ouviu 2.000 pessoas, em 125 municípios, de 13 a 16 de julho. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
O índice de aprovação do governo Temer, com 5% de ótimo ou bom, é o menor de toda a série histórica CNI/Ibope. A menor aprovação de Dilma foi de 9%, em junho e dezembro de 2015, e Sarney obteve 7% de provação em junho e julho de 1989.
O percentual dos que disseram não saber ou não quiseram responder foi de 3%.
O gerente executivo de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca, afirmou que o envolvimento do nome do presidente Temer em acusações de corrupção "certamente" teve impacto na queda de popularidade do governo, mas que a situação econômica do país, com desemprego elevado, também pode ter contribuído. "Certamente a questão do caso JBS foi um dos fatores que determinaram essa piora na popularidade", disse.
"Lembrando obviamente que existem outros fatores. Toda questão econômica. Por mais que tenhamos visto nos indicadores que a inflação reduziu bastante, isso levando a uma redução dos juros, estamos vendo que isso ainda não se fez valer na questão do desemprego, que continua elevado no país. Isso afeta", afirmou Fonseca.
Confiança e comparação com Dilma
Esta foi a quinta pesquisa CNI/Ibope sobre a aprovação ao governo Temer desde que o peemedebista assumiu a Presidência da República. Na primeira pesquisa, em junho do ano passado, Temer ainda ocupava o cargo de forma interina. Ele só foi efetivado na Presidência com a confirmação do impeachment pelo Senado, em agosto de 2016.
A pesquisa de julho deste ano também apontou o percentual dos brasileiros que dizem confiar ou não confiar no presidente Michel Temer. A desconfiança está na frente. Disseram não confiar em Temer 87% dos entrevistados, ante 79% em março e 72% na pesquisa de dezembro. Dizem confiar em Temer 10% dos entrevistados, ante 17% em março e 23% em dezembro.
Na comparação com o governo Dilma, 52% disseram que o governo Temer é pior que o da antecessora. Em março esse percentual foi de 41% e em dezembro, de 34%.
Só 11% disseram achar o governo Temer melhor que o governo Dilma, e 35% disseram avaliar os dois governos de forma igual. Apenas 2% disseram não saber ou não quiseram responder a esta pergunta.
Avaliação por áreas e noticiário
Na avaliação por área de governo, Temer se saiu pior na pergunta sobre impostos, onde 87% disseram desaprovar o governo do peemedebista. A pesquisa foi realizada antes do anúncio do aumento de impostos sobre os combustíveis. A segunda área pior avaliada no governo é a saúde, com 85% de desaprovação.
O setor do governo melhor avaliado foi a educação, com 22% de aprovação, ante 75% de reprovação.
A pesquisa também mediu a percepção das pessoas sobre o noticiário a respeito do governo. A maior parte, 64%, disse considerar que as notícias recentes foram "mais desfavoráveis" ao governo. Apenas 12% disseram lembrar de um noticiário "mais favorável" ao governo e outros 13% disseram que o noticiário não foi "nem favorável, nem desfavorável".
As notícias sobre corrupção no governo foram as mais lembradas e foram citadas por 16% dos entrevistados. As notícias sobre a reforma trabalhista vêm na segunda posição, lembradas por 10% dos entrevistados. A Operação Lava Jato foi o terceiro assunto mais lembrado no noticiário, com 9% de menções.
Governo Temer é aprovado por 5% e reprovado por 70%, diz Ibope
Índice de entrevistados que consideram governo 'regular' é de 21%. Pesquisa foi encomendada pela CNI e ouviu 2.000 eleitores entre 13 e 16 de julho; margem de erro é de 2 pontos.
esquisa Ibope divulgada nesta quinta-feira (27) mostra os seguintes percentuais de avaliação do governo do presidente da República, Michel Temer (PMDB):
Ótimo/bom: 5%
Regular: 21%
Ruim/péssimo: 70%
Não sabe/não respondeu: 3%
Segundo o Ibope, a aprovação de 5% é o menor índice desde o início da série histórica do instituto, que teve início em março de 1986. Antes do resultado de Temer, o pior havia sido o do ex-presidente José Sarney, que em junho/julho de 1989 teve 7% de ótimo/bom.
O instituto de pesquisa ressaltou que, por conta da margem de erro da pesquisa de dois pontos percentuais para mais e para menos, tecnicamente Temer e Sarney estariam empatados.
O levantamento do Ibope, encomendado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), foi realizado entre os dias 13 e 16 de julho e ouviu 2 mil pessoas em 125 municípios.
O nível de confiança da pesquisa divulgada nesta quarta, segundo a CNI, é de 95%, o que quer dizer que, se levarmos em conta a margem de erro de dois pontos, a probabilidade de o resultado retratar a realidade é de 95%.
Esta é a segunda pesquisa Ibope encomendada pela CNI divulgada neste ano. No último levantamento, de março, Temer aparecia com aprovação de 10% dos entrevistados, enquanto 55% consideravam o governo "ruim/péssimo" e 31%, "regular" – à época, 4% não souberam opinar ou não responderam.
Desde que Temer se tornou presidente efetivo, após o impeachment de Dilma Rousseff ser aprovado pelo Congresso Nacional, esta é a quarta pesquisa Ibope encomendada pela CNI (as anteriores foram divulgadas em março deste ano, em dezembro e em outubro de 2016; houve uma em julho do ano passado, mas Temer ainda era presidente em exercício).
Maneira de governar
A pesquisa também avaliou a opinião dos entrevistados sobre a maneira de governar do presidente da República:
aprovam: 11%
desaprovam: 83%
não souberam ou não responderam: 5%
No levantamento divulgado em março, 20% aprovavam; 73% desaprovavam; e 7% não souberam ou não responderam.
Confiança
Outro ponto questionado pelo Ibope foi sobre a confiança dos entrevistados em relação ao presidente.
De acordo com a pesquisa divulgada nesta sexta, 10% dos entrevistados disseram confiar em Temer, enquanto 87% afirmaram não confiar; 3% não souberam ou não responderam.
Comparação com governo Dilma
A pesquisa Ibope também pediu aos entrevistados que comparassem as gestões de Temer e da antecessora, Dilma Rousseff, na Presidência da República.
Segundo o levantamento, 11% dos entrevistados consideram o governo do peemedebista melhor; 35%, igual; 52%, pior; e 2% não souberam ou não responderam.
Sobre as perspectivas em relação ao "restante do governo", 9% responderam "ótimo/bom"; 22%, "regular"; 65%, "ruim/péssimo"; e 5% não souberam ou não responderam.
Notícias mais lembradas
O Ibope questionou ainda os entrevistados sobre a percepção em relação ao noticiário sobre o governo Temer.
Para 12%, as notícias nos últimos meses foram "mais favoráveis"; para 13%, "nem favoráveis, nem desfavoráveis"; para 64%, "mais desfavoráveis"; e 11% não souberam ou não responderam.
A pesquisa traz ainda as notícias mais lembradas pelos entrevistados (veja abaixo as cinco mais citadas):
16%: “Corrupção no governo (sem especificar)”
10%: “Reforma trabalhista”
9%: “Operação Lava Jato”
8%: “Procurador-Geral da República Janot denuncia presidente Michel Temer por crime de corrupção passiva”
4%: “Reforma da Previdência”
Áreas de atuação
A pesquisa também ouviu os entrevistados sobre a percepção a respeito da atuação do governo em áreas específicas. O governo Temer foi mais bem avaliado na área educação, na qual obteve 22% de aprovação, seguido de meio ambiente, com 21%. As áreas mais mal avaliadas foram as de impostos, com 87% de desaprovação, e taxa de juros, com desaprovação de 84%.
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