sexta-feira, 1 de julho de 2005

HOMOFOBIA AUMENTA EVASÃO ESCOLAR. 20% ABANDONAM AS AULAS DEVIDO AO PRECONCEITO. DISCRIMINAÇÃO O PROBLEMA DA HOMOFOBIA NAS ESCOLAS DO RIO É GRAVE. Felipe Sanches, 18 anos. Aluno do 3º ano do Ensino Médio numa escola da rede pública, em Nova Iguaçu, ele conta que desde que assumiu sua homossexualidade, há dois anos, perdeu a conta de quantas vezes brigou na escola. “Nunca tinha discutido no colégio até assumir que era gay. Mas depois as provocações começaram. Na maioria das vezes até faço de conta que não é comigo. Mas às vezes o sangue ferve e aí fica impossível não reagir. Quando vejo já parti para briga”, confessa Felipe, que já pensou em abandonar a escola por causa do preconceito. Menos tolerante que Felipe, a travesti Roberta, 26 anos, revela que largou a escola no 2º ano do Ensino Médio depois que um professor debochou do fato de ela ser travesti durante uma aula. “Ele vivia jogando piadinhas, fazendo insinuações maldosas a respeito da sexualidade, mas nunca tinha sido direto. Certo dia me cansei e lhe perguntei o que tinha contra as travestis. Ele se assustou, disse ‘nada’, mas começamos a discutir até que ele me mandou sair da sala. Envergonhada, saí e nunca mais voltei”, conta Roberta. Diretora do Sepe, a professora Eliza Henriques Martins, 43 anos, que é lésbica, afirma que os professores no Rio não estão preparados para lidar com situações de conflito geradas pela homofobia. A Secretaria Estadual de Educação reconhece a gravidade da situação. “Também temos professores nessa situação. Alguns são homossexuais, mas não assumem sua orientação sexual por medo da reação dos alunos e dos próprios colegas de profissão. Isso precisa acabar”. Vítima do preconceito no mercado de trabalho, a transgênero Carla cursou a faculdade de Relações Internacionais e morou 14 anos na Europa, onde aprendeu a falar seis idiomas. “Ainda assim não consigo emprego aqui no Brasil. Envio meu currículo, mas, quando veem que sou homossexual, desistem de me contratar”.

O DIA/ MAHOMEDD SAIGG / RIO DE JANEIRO
Homofobia aumenta número de casos de evasão escolar

Cerca de 20% dos alunos gays acabam abandonando as salas de aula devido a preconceito. Discriminação também contribui para a violência.

Rio - Fora da grade curricular, uma ‘disciplina’ reprovável vem excluindo alunos homossexuais das salas de aula no Rio: a homofobia. Alvos de preconceito por sua orientação sexual, estudantes gays, lésbicas e travestis estão deixando a escola por causa da discriminação. De acordo com o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe), cerca de 20% dos alunos homossexuais que iniciam o ano letivo não suportam a perseguição e abandonam os estudos.

Felipe diz que já perdeu a conta de quantas vezes brigou na escola e já pensou em largar os estudos
Condenada pelos educadores, a ‘matéria’ também gera outro grave problema no ambiente escolar: o aumento da violência.

Cansados de provocações constantes de colegas e até de professores, muitos estudantes acabam perdendo o controle — e a razão — e partindo para a agressão.

Este foi o caso de Felipe Sanches, 18 anos. Aluno do 3º ano do Ensino Médio numa escola da rede pública, em Nova Iguaçu, ele conta que desde que assumiu sua homossexualidade, há dois anos, perdeu a conta de quantas vezes brigou na escola. “Nunca tinha discutido no colégio até assumir que era gay. Mas depois as provocações começaram. Na maioria das vezes até faço de conta que não é comigo. Mas às vezes o sangue ferve e aí fica impossível não reagir. Quando vejo já parti para briga”, confessa Felipe, que já pensou em abandonar a escola por causa do preconceito.

Menos tolerante que Felipe, a travesti Roberta, 26 anos, revela que largou a escola no 2º ano do Ensino Médio depois que um professor debochou do fato de ela ser travesti durante uma aula. “Ele vivia jogando piadinhas, fazendo insinuações maldosas a respeito da sexualidade, mas nunca tinha sido direto. Certo dia me cansei e lhe perguntei o que tinha contra as travestis. Ele se assustou, disse ‘nada’, mas começamos a discutir até que ele me mandou sair da sala. Envergonhada, saí e nunca mais voltei”, conta Roberta.

Diretora do Sepe, a professora Eliza Henriques Martins, 43 anos, que é lésbica, afirma que os professores no Rio não estão preparados para lidar com situações de conflito geradas pela homofobia. “É esse despreparo que permite que a homofobia siga agravando não só o problema da evasão escolar, como também o do aumento da violência nas escolas, que já está saindo do controle dos professores e diretores”, alerta Eliza.

O problema da homofobia nos colégios do Rio é tão grande que o Sepe criou a Secretaria de Gênero e Combate à Homofobia. “Através desta secretaria nós começamos o Seminário de Múltiplos Olhares, através do qual promovemos debates e reuniões para debater o problema da homofobia dentro das escolas”, explica a também diretora do Sepe Marize de Oliveira Pinto, 50 anos, que é heterossexual e condena a homofobia.

“Todos têm direito à educação, seja lá qual for a sua orientação sexual. Não podemos aceitar que jovens sejam obrigados a abandonar os estudos e tenham que usar a força física para que sejam respeitados”, ressalta.

A Secretaria Estadual de Educação reconhece a gravidade da situação.


“Nosso objetivo principal é sensibilizar a comunidade escolar para o tema. Precisamos valorizar a questão da diversidade para garantir a permanência de todos os nossos alunos até que eles concluam seus estudos”.

“Negar a homofobia nas escolas é o mesmo que negar a existência dos homossexuais nas salas de aula”, afirma Rita, lembrando que os alunos não são os únicos que sofrem com a homofobia. “Também temos professores nessa situação. Alguns são homossexuais, mas não assumem sua orientação sexual por medo da reação dos alunos e dos próprios colegas de profissão. Isso precisa acabar”, decreta.

Preconceito se reflete no mercado de trabalho

Se entrar no mercado de trabalho hoje em dia já está difícil para quem estudou, imagine para quem não concluiu seus estudos?”, destaca a psicóloga Sílvia Ramos, que é Coordenadora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (Cesec).

“É por isso que a maioria dos homossexuais é de cabeleireiros ou está ganhando a vida prostituindo o corpo”, completa o presidente da ONG Conexão G, Gilmar Santos.

Vítima do preconceito no mercado de trabalho, a transgênero Carla cursou a faculdade de Relações Internacionais e morou 14 anos na Europa, onde aprendeu a falar seis idiomas. “Ainda assim não consigo emprego aqui no Brasil. Envio meu currículo, mas, quando veem que sou homossexual, desistem de me contratar”.

Brasil é o país mais homofóbico

Em comunidades carentes, o preconceito contra homossexuais surge mais violento e mais intolerante.
O Brasil ainda detém um triste recorde: o de país mais homofóbico do mundo.

Entre 2007 e 2008, foram 190 assassinatos — ou um homossexual morto a cada dois dias.
Quando não são mortos, gays muitas vezes são obrigados a abandonar sua comunidade.

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo para sempre.

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