segunda-feira, 14 de agosto de 2017

O Espancamento da trans Bruna Stephany

Em 16 de setembro de 2013, há 5 anos, ficávamos chocados com o espancamento de Bruna Stephany, de 24 anos, próximo do Parque Juca Mulato por uma gangue de 9 (nove) pessoas. Durante a covardia transfóbica, os nove criminosos gritavam Filha da P..! Mata! Esfola! Vamos acabar com a sua laia! As testemunhas relataram que as pessoas passavam ao lado do corpo dela desmaiado e ensanguentado, mas não chamavam pelo socorro. Foram guardas-municipais que conduziram ela para o Hospital Municipal.

A Bruna Stephany morava com outras colegas e longe da família que não aceitava a sua identidade de gênero e assim devido as hostilidades sociais somente conseguiu sucesso na prostituição para prover a sua sobrevivência.

Quando Bruna foi atacada com paus e pedras, ela estava acompanhada de um cliente e dentro do carro que foi atingido pelos paus e pedras. O cliente relatou ao Jornal Gazeta o ocorrido e clamava por Justiça.

Stephany, na época, clamava por Justiça, dizia que não mexia na vida de ninguém e que pagava os seus impostos como os demais. A amiga Júlia confirmava os fatos brutais transfóbicos ocorridos com Stephany como testemunha.

Stepnany confirmou as hostilizações sofridas. Começou na Estação Ferroviária com 5 pessoas xingando ela primeiramente. Depois, eram 9 nove brutamontes, todos de moto. No Juca Mulato, perseguiram a ela e ao cliente onde tudo ocorreu. As agressões foram tantas que ela corria risco de perder a visão do olho direito conforme os laudos e os exames efetuados no Hospital Municipal. O olho não lhe permitia ver nada, somente breu. Foram constatadas escoriações e também hematomas. E foi apontado que os murros e socos recebidos por ela objetivaram os olhos. Para estancar a hemorragia, ela recebeu vários pontos.

Em entrevista, com fala mansa e jeito delicado, Stephany disse “Não consegui sequer me defender. Eu apaguei, desacordei e devo ter batido a cabeça no chão quando eu caí. Com certeza recebi chutes e pontapés violentos porque meu corpo estava todo dolorido”. Ela foi atingida não apenas no aspecto físico da sua dignidade humana, mas também na parte essencial de si mesma: a parte psíquica.

Stephany relatou que gays, transexuais, negros e pobres são minorias desprovidas muitas vezes em uma sociedade que lê a Bíblia, adora a Deus, comunga da hóstia sagrada na Igreja Católica, grita Aleluia, mas que ainda não aprendeu a ser cristã de fato ao ponto de amar os outros e ao próximo.

As amigas Emily Arraes e Júlia Oliveira, na época, procuraram a redação do gazeta para clamar por Justiça. Queriam que os agressores fossem investigados e presos e que passassem uns dias pelo menos na cadeia para refletirem os seus atos e fossem menos violentos já que em casos de minorias muita gente não espera uma resposta da Justiça e da Polícia como é dada a casos de pessoas abastadas e incluídas socialmente.

A residência em que as 2 amigas da vítima espancada moravam ficava na Vila Figueiredo e era constantemente atingida por pedaços de paus, pedras e outros objetos atirados pelas pessoas que não aceitavam tanto o fato de elas serem trans, travestis como também o fato de terem que se prostituir.

Julia dizia ao Gazeta que já estava atordoada e queria Respeito a sua individualidade e falava que em São Paulo não presenciava tanta hostilidade aos gays e trans como nesta cidade.

Na época, o militante lgbt Bruno Mendozza e organizador da Parada Gay de Mogi Guaçu explicou que era fundamental que se conseguisse fazer um boletim de Ocorrência da agressão covarde  preconceituosa sofrida. O investigador na presença da imprensa prometeu que haveria diligências e investigações dos suspeitos e falou que tinha certeza da conotação transfóbica da agressão e roubo, pois levaram o dinheiro e os documentos da trans agredida. Perante a imprensa a Policia Civil afirmava que estava com imagens que levariam aos autores da barbaridade, porém, o fato é que muitos casos deveriam ser investigados por uma Delegacia especializada em Crimes de Preconceito, Intolerância e Discriminações inclusive a LGBTs porque em muitos casos os policiais e investigadores são héteros cisgêneros e há inclusive relatos de humilhações de LGBTs em Delegacias.

https://faizakhalida.blogspot.com.br/2017/08/o-espancamento-da-trans-bruna-stephany.html

Louvado O Senhor Jesus Cristo para sempre.

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