domingo, 30 de julho de 2017

A transexual Joyce Silva ao ser assaltada apanhou muito porque "tinha que morrer por ser uma bicha". O registro do sistema policial no Rio de Janeiro seria "omisso" em casos como transfobia e homofobia. Uma mulher de 33 anos foi agredida na Ponta da Areia onde mora com a companheira. Começou com ofensas verbais enquanto ela estacionava. Depois partiu para um soco. O agressor disse que se ela se veste como homem, deve apanhar como um. Em outro caso, há poucos dias, dois rapazes registraram que um motorista se negou a dar o troco da viagem dizendo que veado não ganha troco. Isso virou injúria, roubo, mas não virou homofobia. O sistema não permite que a homofobia e a transfobia sejam apuradas pela polícia como tal. Mas por outro lado, o sistema permite estatísticas sobre roubo de bicicletas porque o sistema tem essa categoria específica lá.





A transexual Joyce Silva foi assaltada por 2 em uma moto quando chegou para trabalhar às 20h no Jardim São João, no Centro de Niterói. Um deles desceu da moto para pegar a bolsa dela "pensando que ela fosse uma mulher cis" e ao vê-la passou a falar que ela era uma bicha, bateu muito na cabeça dela" e disse que ela tinha que morrer" conforme entrevista dela ao Jornal Extra. Os ladrões ainda entraram no face e no whats dela para agredir com palavras outras pessoas. Larissa Dieckmann informou que os ladrões debocharam da agressão usando o telefone dela. Depois do atendimento médico, Joyce não consegue mais sair de casa.

Os casos de transfobia e homofobia não são contabilizados no Rio de Janeiro pelo Instituto de Segurança Pública. Assim, é mais fácil para "muitos" fechar os seus olhos e não tomar providências. Outro caso ocorrido há um mês, uma mulher de 33 anos foi agredida na Ponta da Areia, onde mora com a companheira. Começou com ofensas verbais enquanto ela estacionava. Depois partiu para um soco. O agressor disse que se ela se veste como homem, deve apanhar como um.

Um policial denunciou que o próprio sistema é omisso com a homofobia e a transfobia porque não permite que os casos sejam registrados como tal. Como exemplo o policial citou o caso em que, há poucos dias, dois rapazes que registraram que um motorista se negou a dar o troco da viagem dizendo que veado não ganha troco. Isso virou injúria, roubo, mas não virou homofobia. O sistema não permite que a homofobia e a transfobia sejam apuradas pela polícia como tal. Mas por outro lado, o sistema permite  estatísticas sobre roubo de bicicletas porque o sistema tem essa categoria específica lá. Assim continuam invisíveis as estatísticas em casos, por exemplo, de transfobia e homofobia ao longo de todos esses anos.

Quem tem informações sobre a violência lgbtfóbica em números no Rio de Janeiro é o "Rio sem Homofobia". Foram 732 casos em dois anos. Em 2015, foram 105 episódios de violência com 217 pessoas precisando de auxílio psicológico. 30% dos casos de agressão (física ou não) são em família.

















EXTRA
https://extra.globo.com/casos-de-policia/transexual-agredida-em-niteroi-assaltante-bateu-por-ela-ser-bicha-21504645.html


Transexual é agredida em Niterói: assaltante bateu por ela ser ‘bicha’

Joyce Silva chegava para trabalhar, às 20h, no Jardim São João, no Centro de Niterói, quando foi espancada durante um assalto, na sexta-feira. Qualquer pessoa pode ser assaltada, mas no caso dela a violência foi maior. Costuma ser assim quando pessoas LGBT são atacadas por qualquer razão.

— Segurei a bolsa e caí. Eram dois na moto, e um desceu para pegar a bolsa. Quando me viu, passou a falar que eu era bicha e me bateu muito na cabeça. Ainda disse que voltaria depois. É um livramento de Deus eu estar viva — relatou Joyce, com nervosismo.

Ela avisou às companheiras pelo telefone de um amigo. O dela foi roubado, e os ladrões acessaram WhatsApp e Facebook para agredir com palavras outras pessoas. Depois do atendimento médico, Joyce não consegue mais sair de casa.

— Os ladrões debocharam da agressão usando o telefone dela. O ataque à Joyce foi cedo, mas tem meninas que ficam a madrugada lá — preocupa-se Larissa Dieckmann, liderança entre as profissionais do sexo trans.

Casos de transfobia não são contabilizados

O caso, às vésperas do Dia do Orgulho Gay (28 de junho), é só mais um. Há um mês, uma mulher de 33 anos foi agredida na Ponta da Areia, onde mora com a companheira. Começou com ofensas verbais, enquanto ela estacionava. Depois partiu para um soco. O agressor disse que se ela se veste como homem, deve apanhar como um.

Apesar de frequentes, os casos não são contabilizados oficialmente como homofobia. Joyce ainda não saiu de casa para registrar o caso, mas quando o fizer, não gerará uma estatística sobre agressão a transexuais.

— Há poucos dias dois rapazes registraram que um motorista se negou a dar o troco da viagem dizendo que veado não ganha troco. Isso vira injúria, roubo, mas não homofobia. O sistema não permite. Mas por outro lado, temos estatísticas sobre roubo de bicicletas, porque o sistema tem essa categoria específica lá — critica o policial que fez o atendimento, sem se identificar.

O Instituto de Segurança Pública, responsável pela produção dos dados, declarou que estuda uma forma de contabilizar os casos. Na mesma semana, duas travestis foram assaltadas no mesmo lugar que Joyce.

O Rio Sem Homofobia orienta que a vítima sempre faça constar no registro o motivo presumido do crime como homofobia, para de alguma forma auxiliar na investigação.



Entrevista com Joyce Silva

Você acredita que a agressão foi pior por você ser transexual?

Claro. Era cedo, ele pensou que fosse uma mulher comum. Quando me viu passou a bater, disse que eu tinha era que morrer. Eu não sei direito com o que ele me bateu, sei que tinha uma arma. Não sei se ela travou. Foi livramento de Deus.

Então logo que eles foram você ficou aliviada?

A batida na cabeça foi só o começo. Depois fui maltratada em hospital, UPA... Médicos não acreditavam que eu tinha sido assaltada e me deixavam tomando chá de cadeira. Saí do médico sem ter receita de analgésico.

Outro caso de transfobia?

O preconceito permeia tudo. As pessoas podem não ser diretas como uma coronhada, mas machucam. Quando já estava explicando pela terceira vez, me calei e só perguntei o que ele podia fazer.

Questionaram seu trabalho?

Disseram que me exponho a risco, que é da profissão. Vai me desculpar, mas isso não é um risco da profissão. Eu não gosto da rua, mas isso não pode ser aceito como um risco normal.

Como você foi parar na rua?

A vida leva as transsexuais para a rua. Eu cheguei a trabalhar no Bob’s, como experiência, mas na hora de fechar fui dispensada. Já estava começando a tomar hormônios. Depois tentei outras coisas. Até para uma empresa que limpa um shopping no Centro de Niterói à noite! Passei por tudo. Todo mundo foi contratado e eu dispensada. Isso cansa, e tenho contas para pagar.

Você vai voltar para a rua?

Eu não consigo ir na porta de casa! Não sei o que vou fazer. Tenho medo de ir ao portão, de falar com as pessoas. Hoje estou perdida. Terminei o ensino médio, mas não posso trabalhar nem com limpeza. Fecham as portas. Eliminam de processos seletivos depois de todo esforço, quando já estava tudo certo. A única coisa que tenho certeza é que não vão tirar a minha alegria de viver.

Violência em números

732 Lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais foram atendidos pelo Rio Sem Homofobia Leste (Niterói e região) nos últimos dois anos.

2015 O número de atendimentos (732) é o único recente. Todos os detalhamentos remontam a 2015: foram 105 episódios de violência na região, com 217 pessoas precisando de auxílio psicológico.

30% Cerca de um terço dos casos de agressão (física ou não) são em família.

0800 023 4567 Ligue caso você seja vítima de discriminação sexual.

Louvado seja O Senhor Jesus Cristo para sempre.

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