sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

MAIS UM EVENTO TRAUMÁTICO comigo ficou impune devido ao meu estado de ABATIMENTO, APATIA e INÉRCIA. Eu fui retirada a força de dentro do banheiro feminino e jogada no chão da escada da Prefeitura por aproximadamente 8 guardas-municipais a mando do subsecretário Paulo Allevato. No ano de 2008, eu, professora de Belford Roxo Faiza Khálida, matrículas 5508 e 14725, sofria constrangimentos ilegais como este (Art. 146 - CP) que transtornavam o meu estado mental e psicológico.







Em meio a essa situação no meu trabalho como professora da rede municipal de Belford Roxo, estando bastante fragilizada psicologicamente, eu me dirigi em 13/10/2008 ao centro da cidade de Duque de Caxias para pagar o imposto do IPTU.

O IPTU é pago no primeiro andar do antigo prédio da Prefeitura Municipal de Duque de Caxias que fica em uma praça próxima da Delegacia e da Unigranrio.

Consegui chegar lá, conversar com o atendente sobre o pagamento. Peguei o carnê. Saí do prédio, peguei  o dinheiro necessário e voltei lá para fazer o pagamento.

Fiz o pagamento ali dentro do prédio da Prefeitura no primeiro andar com uma das caixas. Todas as caixas que trabalhavam ali naquele momento eram mulheres. Eu consegui quitar todo o pagamento que precisava ser feito.

Quando terminei de pagar o IPTU estava precisando ir ao banheiro urinar, tinha passado um bom tempo, estava apertada, necessitando ir ao banheiro. Tenho que fazer uso diário de medicamentos, hormônios e a viagem de ônibus havia consumido tempo.  Então,  perguntei se havia e onde ficava o banheiro  ali. Além disso, com o calor e a movimentação eu estava transpirando. Precisava fazer as minhas necessidades e me recompor.

Depois que eu entrei no banheiro, um senhor que trabalhava na Prefeitura de Duque de Caxias me causou também uma humilhação pública. Ele me disse que eu não podia entrar naquele banheiro e que era para eu sair daquele banheiro feminino.

Na porta do banheiro ele me agarrava e me puxava para fora do banheiro das mulheres, mandava que eu entrasse no banheiro dos homens. Eu estava de vestido, de sandália com salto alto, bolsa feminina, usava maquiagem.
Eu dizia para esse senhor se ele gostaria de ver o meu órgão genital feminino. Ele falava alto comigo me dando ordem como que ele mandasse naquele estabelecimento público da Prefeitura Municipal de Duque de Caxias.

Esse senhor era identificado como sendo Paulo Allevato RG 3473270 IFP. Ele batia na porta do banheiro feminino, forçava a porta, fechava, ficava na frente da porta do banheiro e não me deixava entrar.

Ao contrário de mim, as outras mulheres entravam e saíam do banheiro feminino tranquilamente sem qualquer constrangimento. Ele mesmo abria passagem na porta e permitia que elas entrassem. O senhor Paulo não deixava apenas eu entrar no banheiro feminino. Além destas mulheres, outras pessoas passavam pelo corredor e viam a situação constrangedora que eu passava com este homem falando alto para mim e ordenando que eu entrasse no banheiro dos homens.

Esse senhor Paulo chamou vários guardas-municipais que obedeciam a ele para que eu fosse retirada dali. Ele me falava que ele tinha chamado a polícia e me disse que os guardas municipais eram policiais.

Vários guardas-municipais me pegaram à força e me carregaram descendo as escadas. No meio das escadas, eles me jogaram no chão. Eu fiquei no chão com o vestido suspenso, a minha bolsa também foi jogada no chão aberta. O meu dinheiro e outras coisas que se encontravam dentro da minha bolsa ficaram espalhados pelo chão.




Eu chorava muito no chão das escadas do prédio da Prefeitura para o pagamento do IPTU em Duque de Caxias, me senti mais uma vez humilhada perante todo mundo, as pessoas passavam por ali, viam aquela situação comigo.  Eu estava toda suja com a calcinha à mostra.





Não sei como eu tive forças para levantar do chão, recolher minhas coisas que estavam no chão, colocá-las na bolsa. Desta vez os guardas municipais permitiram que eu entrasse no banheiro feminino para dar um jeito na minha aparência porque eu estava toda suja e completamente destruída após mais esse evento traumático.




Lá dentro do banheiro eu chorei muito, os meus olhos não deixavam de ficar vermelhos por mais que eu os lavasse com água, eu, então, coloquei óculos escuros para sair dali e desci as escadas.

Lá fora os guardas-municipais me disseram que eles não são policiais como foram identificados para mim. Eles me contaram que eram apenas guardas-municipais. Que eles haviam mentido para mim.

Eu fui até a 59ª Delegacia de Polícia que fica ali perto e falei com o delegado e o inspetor. Eles pediram para ver o meu documento de identidade e a minha certidão de nascimento. Perguntaram se eu havia feito a cirurgia e fizeram um registro de ocorrência.
O Delegado que fez o registro foi o Dr. Sergio Luiz Freire Mat. 871.898-3. A matrícula do investigador era 266336-7.

RO 13474/059/2008

PROCESSO 2009.021.019545-5

Processo No 0019492-95.2009.8.19.0021

Esse Senhor Paulo Allevato trabalhava na Prefeitura de Duque de Caxias, provavelmente, exercendo algum cargo de chefia. O município de Duque de Caxias fica ao lado do município de Belford Roxo onde eu trabalhava nessa época. Ambos os municípios estão localizados na Baixada Fluminense do Rio de Janeiro. O governo de Duque de Caxias e o de Belford Roxo eram do mesmo partido PMDB. É provável que este incidente esteja relacionado a este contexto social no meu trabalho no Município de Belford Roxo.

Na internet escreveram para mim: Você não quis ser travesti e ser professora? Agora aguenta a pressão e segura o seu rabo.




Esses preconceitos, ofensas, situações e constrangimentos devidos a condição de transexual são insuportáveis.




Havia todo um processo mental, bioquímico, hormonal acontecendo em meu corpo e em minha mente em busca de uma realidade oposta esta realidade que eu vivenciava, porque eu não estava em processo de readequação de todo o meu corpo, realizando alterações orgânicas definitivas  para ser infeliz, excluída, humilhada e receber ameaças. Ao invés de eu me sentir mais feliz, na verdade, eu me sentia mais agredida, perseguida e atingida por esta realidade.




Depois que os prazos foram esgotados, após eu ter alguma melhora do quadro grave de sintomas psicológicos e mentais em 2011, eu tive a real consciência de que eu deveria deveria ter continuado a acompanhar este caso da discriminação no banheiro da Prefeitura de Duque de Caxias até o fim na Justiça. Eu devia ter constituído um advogado particular especificamente para este caso ou ter sido orientada e ajudada na época por alguma organização LGBT ou até mesmo por alguma ONG de Direitos Humanos a fim de que mais esse ato transfóbico e criminoso não ficasse impune como ele ficou.



Infelizmente eu não me encontrava bem de saúde, cada transfobia me transtornava mais. Estava muito fragilizada emocionalmente. Estava doente, em tratamento com uma médica. Não tinha condições nem mesmo de realizar as minhas tarefas profissionais a contento.




Os prazos foram passando nesse processo judicial. Eu não tomava atitudes. Não entrei em contato com advogados, nem entrei na Justiça pedindo indenização pelos danos sofridos. Isso pode ter acontecido talvez pelo fato de que este era apenas mais uma dentre outras tantas situações de desrespeito, preconceito e constrangimento  que eu já havia passado e estava passando, principalmente nos meus 13 anos de trabalho como servidora pública municipal de Belford Roxo.

Eu estava apática, desmotivada, ansiosa, deprimida. Eu tinha medo de sofrer essas agressões. Eu já tinha sido ameaçada. Eu respondia a inquérito administrativo. Era prejudicada no trabalho com relatórios, ocorrência, punição administrativa. Via a minha atuação, a minha dedicação e os meus esforços profissionais sendo continuadamente deturpados mesmo por aqueles que deveriam estar ao meu lado me ajudando, incentivando e buscando caminhos para a superação dessas dificuldades. Eu sentia que a máquina e o aparato administrativo da Prefeitura Municipal de Belford Roxo era usado contra mim para me prejudicar. Eu me sentia perseguida, impotente e o pior, incapaz.




Eu havia perdido a capacidade de dar aula. Eu chorava na sala dos professores da escola mesmo diante dos demais professores e do diretor da escola municipal José Carlos Neto Filho que chamava outras pessoas para ficarem me observando na sala dos professores chorando. Eu estava doente e vivia um quadro de doença mental.



Os prazos se passaram e este incidente não foi punido pela Justiça como deveria. Não houve uma resposta compensatória a contento.


Diversos funcionários da Prefeitura Municipal de Duque de Caxias sabiam e se lembravam do fato, pois mesmo não presenciando repercutiu como um constrangimento absurdo. O Sr. Paulo Allevato tinha um cargo de confiança, uma espécie de SUB do subsecretário, a matrícula dele era 20528-4 e ele era considerado por funcionários como uma pessoa arrogante. Por causa da influência e conhecimento dele com políticos ele passou depois a trabalhar na Secretaria de Fazenda do Rio de Janeiro. Embora conhecedores da discriminação que ocorreu os funcionários não quiseram depor ou testemunhar por causa da realidade de retaliações no trabalho.



Essa discriminação ocorreu no dia 13/10/2008. Eu deveria naquela época ter buscado uma reparação em dinheiro aos responsáveis e quem sabe usado o dinheiro da indenização em uma boa causa para fazer o bem ou mesmo para comprar os remédios inclusive antidepressivos que preciso tomar diariamente. Ou ainda para ajudar a pagar as passagens e a médica psiquiatra que me acompanhava. E quem sabe até para fazer psicoterapias. Infelizmente eu não tive condições de tomar as  atitudes nessa época que eu deveria ter tomado. Não tive condições de ter buscado a plena reparação na Justiça desta situação de humilhação pública no banheiro da Prefeitura.

Registro de OCORRÊNCIA número 013474/0059/08 POLÍCIA CIVIL


PROCESSO : 2009.021.019545-5 1 JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL COMARCA DE DUQUE DE CAXIAS

Processo No 0019492-95.2009.8.19.0021



(Professora Faiza Khálida Fagundes Coutinho - Prefeitura Municipal de Belford Roxo, matrículas 5508 e 14725, Identidade 09089680-4, CPF 024114147-81)

Bendito é o preciosíssimo sangue do Senhor Jesus Cristo.

Jesus é o caminho.

Louvado seja o Senhor Jesus Cristo para sempre.




CLICAR NO LINK ABAIXO PARA LER OUTROS RELATOS:


1- Meus 2 aparelhos portáteis que eu usava em meu trabalho de professora da rede municipal de Belford Roxo foram roubados ao mesmo tempo nas 2 escolas em que eu trabalhava e nem o registro disso foi feito.


2- Eu fui novamente ameaçada de morte no meu trabalho como professora da rede municipal de educação da Prefeitura de Belford Roxo.


3- Orientadora se mobilizava para me tirar de escola municipal de Belford Roxo e me prejudicava. Exclusão e isolamento.

4- Secretaria de Educação e Procuradoria Municipal de Belford Roxo abafavam o problema da discriminação.


5- Em 2009, o subsecretário municipal de Educação de Belford Roxo Miguel de Sousa Ramiro que prometeu mandar a minha frequência pelo período coberto pelo LAUDO MÉDICO PSIQUIÁTRICO, 2 semanas depois disse para mim que havia esquecido de tudo inclusive do MEU LAUDO MÉDICO mediante a pressão do supervisor educacional, consultor e assessor jurídico Jorge Silva (mat. 54368). OFÍCIOS REFERENTES A MIM FORAM EXTRAVIADOS NA SEMED (secretaria municipal de educação de Belford Roxo).


6- A falta de aceitação social, intolerância, maldade e preconceito me causavam sofrimento.


7- Em maio de 2008 a médica psiquiátrica verificou que dificilmente haveria SOLUÇÃO do meu QUADRO DE DEPRESSÃO porque NÃO HAVIA RESOLUÇÃO DOS PROBLEMAS SOCIAIS referentes ao meu trabalho que me estressavam.


8- Meu estado psicológico e mental era ignorado como se me ver mal e transtornada fosse justamente o que se desejasse. 


9- Procuradores de Belford Roxo se recusavam a tomar conhecimento de que eu havia sido ameaçada de morte, trabalhava sobre pressão e sofria preconceito; e também a dar acesso a processo a advogada da Secretaria Estadual de Direitos Humanos.


10- O RELATÓRIO TÉCNICO APARECEU para ME chantagear e PARA ME AFASTAR DA ESCOLA MUNICIPAL. 8 supervisores da Secretaria de Educação de Belford Roxo analisaram o relatório. Depois, O RELATÓRIO SUMIU. Depois, O RELATÓRIO nunca EXISTIU na Secretaria de Educação de Belford Roxo. (processo 04/3149/03)




11- Os problemas ocasionados pelo relatório técnico e procedimento administrativo decorrente nunca foram resolvidos (PARTE 1).


12- Os problemas ocasionados pelo relatório técnico e procedimento administrativo decorrente nunca foram resolvidos. (PARTE 2)



13- Procurador de Belford Roxo LORIVAL ALMEIDA DE OLIVEIRA mentiu dizendo que eu havia recebido cópia de processo para ter como me defender. Na ESCOLA MUNICIPAL JORGE AYRES DE LIMA não me deram cópia de nada e de nenhum processo. Não me deixaram ler o processo ou tirar cópia dele. 


14- Funcionários públicos municipais de Belford Roxo desrespeitavam a identidade de gênero de transgêneros, travestis e transexuais.

















15- A PREFEITURA MUNICIPAL DE BELFORD ROXO, A PROCURADORIA MUNICIPAL E A SECRETARIA DE EDUCAÇÃO NUNCA ADMITIAM EM PUNIÇÃO, OCORRÊNCIA, RELATOS, RELATÓRIOS, PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS E INQUÉRITOS, INCLUSIVE OS QUE ME DEMITIRAM DEFINITIVAMENTE DO FUNCIONALISMO PÚBLICO MUNICIPAL, QUE EU ATRAVESSAVA TANTO UM PROCESSO BIOQUÍMICO DIÁRIO QUE AFETAVA  TODA A MINHA MENTE E TODO O MEU CORPO COMO TAMBÉM  ATRAVESSAVA UMA REALIDADE QUE ME CAUSAVA SOFRIMENTO.


16- O RELATÓRIO SOBRE O II CONSELHO DE CLASSE DE 2007 NA ESCOLA MUNICIPAL JORGE AYRES DE LIMA FEITO PELA ORIENTADORA PEDAGÓGICA CONCEIÇÃO COM O OBJETIVO discriminatório DE ME PREJUDICAR.


17- 2002 foi o ano em que pela primeira vez eu senti que havia ficado doente por causa do trabalho. 


18-  Em processo administrativo de 2003 arquivado pela PROCURADORIA eu pedi socorro e registrei "que inúmeras vezes me encontrava chorando e relembrando esses tristes episódios no trabalho que não conseguia mais tirá-los da minha cabeça sentindo sintomas psiquiátricos  pedindo em nome do Senhor Jesus Cristo ajuda médica e psicológica ".


19- Procuradora de Belford Roxo DÉBORA FERNANDES CORDEIRO PINTO (matrícula 80/28.585) também ligada a igreja evangélica recusou por 2 vezes o meu pedido de readmissão. FOI CURTA E GROSSA. NÃO COMENTOU SOBRE O LAUDO MÉDICO APRESENTADO. NÃO SE INTERESSOU EM AVERIGUAR O QUADRO PSIQUIÁTRICO. NÃO FEZ REFERÊNCIA AOS PROBLEMAS SOCIAIS E AO PRECONCEITO NO TRABALHO. IGNOROU TUDO SIMPLESMENTE.


20-  Não condene alguém com transtorno bipolar com sintomas psicóticos no mundo do trabalho. É o que eu posso ensinar às pessoas para que o mundo seja um pouco melhor  diante do quadro em que eu vivi no meu emprego de professora concursada e efetiva da Prefeitura Municipal de Belford Roxo.


21- Após sentimento de longo calvário fui demitida em 2010 nas 2 matrículas e excluída do serviço público municipal.




22- Defesa dos inquéritos disciplinares e administrativos referentes a professora em processo transexualizador Faiza Khálida (NUDIVERSIS - Núcleo de Defesa da Diversidade Sexual e dos Direitos Homoafetivos da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro).


23- Praticamente todos na Prefeitura Municipal de Belford Roxo sabiam que eu lutava contra um preconceito que impactava a minha saúde psicológica e mental. A administração Pública de Belford Roxo se fez de cega.O PIOR CEGO É AQUELE QUE NÃO QUER VER.


24- Psicólogo do programa Rio Sem Homofobia esteve na Procuradoria de Belford Roxo explicando o meu adoecimento, nem assim houve reconhecimento, avaliação ou consideração  do meu quadro de doença descritos em laudos médicos e psicológicos.


25- Extravio de ofício e processo na Secretaria de Educação referente a professora em processo transexualizador Faiza Khálida.


26- Processo Judicial número 0004742-25.2012.8.19.0008 se encontra na segunda Vara Cível de Belford Roxo desde 02/03/2012.



27- A violência de gênero, o assédio moral, a desvalorização do magistério e o constrangimento no trabalho em Belford Roxo são realidades. O Brasil é o país que mais mata travestis e transexuais no mundo. Tudo isso também leva a Educação Municipal de Belford Roxo para o último lugar no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) na Baixada Fluminense.
 


28- Esclarecendo a minha incapacidade laborativa e social no meu trabalho na Prefeitura Municipal de Belford Roxo.

 A Justiça é cega mas a injustiça podemos ver

 Você não precisa ser trans para lutar contra a transfobia

Um comentário:

NÃO FALTA DINHEIRO . FALTA FAZER O DINHEIRO CHEGAR PARA QUEM PRECISA.