segunda-feira, 21 de março de 2016

A MULHER TRANSEXUAL KAUANA VITÓRIA DA SILVA DE 22 ANOS FOI CONSTRANGIDA NO HOSPITAL ESTADUAL ADÃO PEREIRA NUNES DE DUQUE DE CAXIAS NA BAIXADA FLUMINENSE POR MÉDICOS E FUNCIONÁRIOS. OS FUNCIONÁRIOS SE RECUSAVAM A CHAMÁ-LA PELO SEU NOME SOCIAL E A CHAMAVAM DE ELE. ELA FICOU INTERNADA POR 4 DIAS E CHEGOU A SER LEVADA PARA O CENTRO CIRÚRGICO EM QUE SÓ HAVIA HOMENS. ELA FEZ POR 2 VEZES JEJUM DE 12 HORAS PARA ENTRAR NA CIRURGIA SEMPRE CANCELADA PELOS MÉDICOS. ELA RECEBEU ALTA COM DORES NO PEITO E FEBRE E SEM A PROMESSA DE RETIRAR A PRÓTESE PARA TRATAR INFECÇÃO. O MARIDO DE KAUANA PEDIA PARA CHAMÁ-LA PELO NOME SOCIAL E PELO MENOS COLOCASSEM O NOME SOCIAL DELA ENTRE PARÊNTESES MAS ELES DISSERAM QUE NÃO ERA POSSÍVEL E ELA SE SENTIA HUMILHADA CADA VEZ QUE A CHAMAVAM PARA DAR OS REMÉDIOS. SEGUNDO CIRURGIÃO PLÁSTICO A PRÓTESE PRECISA SER RETIRADA O MAIS RÁPIDO POSSÍVEL POIS PODE LEVAR A ÓBITO MAS O CASAL NÃO TEM CONDIÇÕES DE ARCAR COM ESSA OPERAÇÃO EM OUTRO LUGAR.

 Transexual com infecção no seio denuncia hospital público por preconceito e omissão

Quando deu entrada no Hospital estadual Adão Pereira Nunes em Duque de Caxias na Baixada Fluminense, a estudante de técnica de enfermagem Kauana Vitória da Silva de 22 anos sentia febre e dores causadas por complicações de uma prótese de silicone colocada nos seios há dois anos. Diagnosticada com mastite - infecção na mama -, ela, que é uma transexual, foi constrangida por médicos e funcionários, que a chamavam de ele e se recusavam a dizer o seu nome social. No pulso, o registro da paciente identificava com identidade masculina. Quatro dias depois, a promessa médica de retirar a prótese para tratar a infecção não foi cumprida: Kauana recebeu alta sem a cirurgia.

_ Eles me trataram que nem bicho. Aliás, nem bicho a gente trata assim. Voltei para casa com febre e muitas dores no peito - conta Kauana, que relembra o constrangimento: _ Sempre me chamavam e tratavam como homem, as pessoas me olhavam e eu tinha que explicar.

Por duas noites, Kauana fez jejum de 12 horas para entrar na cirurgia sempre cancelada pelos médicos. Ela chegou a ser levada para a sala cirúrgica em que só havia homens e após ela buscar a assistência social do hospital exigindo que fosse transferida para a ala feminina, ela recebeu alta alegando que ela não precisava de cirurgia. 

Ela havia sido colocada na clínica cirúrgica e mandaram que ela se preparasse para a operação. 

O marido de Kauana, Lucas Souza dos Santos de 19 anos a acompanhou durante os 4 dias de internação. Preocupado com o estado de saúde da mulher, ele também reclamou do tratamento na unidade e disse que o casal não tem condições de arcar com a retirada da prótese fora de um hospital público.

_ Nós pedimos para chamar só pelo nome social, eles disseram que não era possível. O que custava colocarem o nome social dela entre parênteses pelo menos? Assim ela não precisava ser humilhada cada vez que a chamavam para dar os remédios _ diz Lucas que mora com Kauana em Saracuruna bairro de Duque de Caxias: _ Eu só não quero perder a minha mulher. Disseram que ela não podia ser atendida no hospital público, mas nós não temos condições de arcar com essa operação em outro lugar.

Os médicos do hospital disseram que Kauana devia se tratar com o cirurgião que implantou a prótese, mas aclínica que fica na Tijuca, Zona Norte do Rio, de José Vieira Júnior, responsável pela cirurgia, foi fechada. O cirurgião plástico responde a processos na Justiça e já operou mulheres que tiveram sérias complicações nos seios e pelo menos uma delas morreu.

Kauana e o marido - foto do arquivo pessoal

LEIA AQUI A REPORTAGEM DO JORNAL EXTRA

LEIA A REPORTAGEM NO JORNAL O GLOBO AQUI

 Risco de infecção pode levar à óbito

Em casos de infecções como a de Kauana, a prótese precisa ser retirada o mais rápido possível, pois oferece risco de óbito. É o que explica o cirurgião plástico José de Gervais:

— Pode causar septicemia, infecção generalizada nos órgãos que pode levar à morte. Tem que ser retirado rápido, pois essa infecção já está consumindo o organismo e deixando ela mais fragilizada.

O diretor do Grupo Atobá de diversidade sexual, Carlos Alberto Migon, repudiou a atitude dos médicos:

— O hospital deveria estar preparado para receber seus pacientes e precisa aceitar o nome social dela. Sua saúde agora é prioridade, mas quando ela melhorar é preciso denunciar, já que a cidadania dela não foi reconhecida.

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo para sempre.

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