FOLHA
http://www1.folha.uol.com.br/poder/2017/04/1877932-presidenciavel-bolsonaro-usa-cota-parlamentar-em-pre-campanha.shtml
Presidenciável, Bolsonaro usa cota parlamentar em pré-campanha
O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) tem usado sua cota parlamentar para custear viagens pelo país em que se apresenta como pré-candidato à Presidência em 2018.
A cota reembolsa viagens e outras despesas do mandato. Nas regras de
uso, a Câmara diz que "não serão permitidos gastos de caráter
eleitoral".
O conteúdo das falas de Bolsonaro, contudo, é explicitamente voltado à
disputa de 2018. Nos últimos cinco meses, ao menos seis viagens em que o deputado tratou
publicamente de sua intenção de concorrer ao Planalto foram custeadas
pela Câmara. Somam R$ 22 mil.
Em novembro, a Câmara gastou R$ 2.500 para Bolsonaro ir ao Recife, onde
deu palestra na Associação Pernambucana dos Cabos e Soldados. Foi
apresentado como "futuro presidente do Brasil, o nosso mito". Na
ocasião, Bolsonaro disse que "vamos ganhar em 2018, porque somos a
maioria no Brasil, homens de bem".
Dias depois, ele viajou a Boa Vista (RR) por R$ 4.500, acompanhado de um
assessor, cujas passagens, de R$ 4.000, também foram pagas com a cota
parlamentar.
Lá, deu entrevistas e uma palestra promovida pelos sindicatos dos
policiais civis e o dos federais de Roraima. No aeroporto, falou da
necessidade de controlar a entrada de venezuelanos no Estado. "Não estou em campanha, mas estou me preparando para, se o momento
exigir, não ser mais um capitão, mas um soldado a serviço de vocês."
Em dezembro, ele pôs na conta da Casa R$ 1.385 para ir a São Paulo dar
uma entrevista ao programa "Pânico no Rádio", em que disse que "a minha
ascensão é no vácuo político que está aparecendo". Era o encerramento da
"semana dos presidenciáveis" do programa.
Em janeiro, foi à formatura de soldados da PM em Belo Horizonte. As
passagens de ida e volta saíram da cota parlamentar por R$ 715. No aeroporto, afirmou que "o Brasil tem jeito", só "precisa de um capitão". "Por coincidência eu sou capitão."
Em fevereiro, Bolsonaro foi a Campina Grande e João Pessoa (PB). As
passagens custaram R$ 1.700. O gabinete arcou também com a viagem de um
acompanhante, de R$ 1.900.
Em março, o deputado foi a São Paulo para encontrar um professor da
Universidade Mackenzie especialista em grafeno, material constituído de
carbono que faz parte de sua "plataforma" de inovação. As passagens
custaram R$ 4.600, e a diária de hotel, R$ 280, pagos com a cota.
Louvado O Senhor Jesus Cristo para sempre.
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