FOLHA
Após surto psicótico, policial transexual acusada de assalto é presa e algemada em hospital .
A investigadora de polícia transexual Renata Pereira Azevedo, de 30 anos, foi presa no último dia 15 sob acusação de roubo - artigo 157 do Código Penal, que pressupõe "grave ameaça" à vida.
A informação foi publicada no último domingo (25) pelo jornal Folha de S. Paulo na reportagem intitulada "Vida nada cor-de-rosa", de Laura Capriglione e Marlene Bergamo.
Na última sexta-feira o Condepe - Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana -, da Secretaria da Justiça, apresentou a denúncia de "Gravíssimas violações dos direitos humanos" que envolvem a prisão da trans, em Campinas.
De acordo com a reportagem, Renata não portava arma alguma quando foi presa. Em sua bolsa foram encontradas maquiagem e um celular Samsung SGH-C276 (preço: R$ 139), que não pertencia a ela.
"Renata estava surtada. Xingou tudo e todos. Na Corregedoria da Polícia em Campinas, para onde foi levada, distribuiu cusparadas. Ao delegado titular, perguntou: 'Você é o Serra?', 'Você é o Lula?', 'Você é uma maricona?' Mesmo algemada, arremessou na autoridade a sandália que calçava. Cantou em italiano para o pai, que então já acompanhava a prisão do filho. Tirou a roupa", relata a matéria.
A transexual foi diagnosticada por Gabriela di Mattia, psiquiatra do Samu (Serviço de Atendimento Médico de Urgência) com "transtorno afetivo bipolar -episódio maníaco". Foi dopada com Haldol (antipsicótico) e prometazina (hipnótico) e não assinou o boletim de ocorrência. Apagou.
Segundo o jornal, a policial acordou amarrada pelo peito e braços a uma maca no Pronto Socorro do Hospital das Clínicas de Campinas. Renata estava algemada à cama e um PM armado fazia a escolta. A reportagem aponta que durante cinco dias - entre as 22h57 do dia 15 e as 9h do dia 20 - quando foi levada para um leito na Psiquiatria do Hospital das Clínicas, a trans ficou exatas 100 horas e 43 minutos deitada de costas, amarrada e algemada.
Na última quarta-feira (21), o psiquiatra Paulo César Sampaio, psiquiatra do Governo do Estado, encontrou Renata ainda presa à cama quando a visitou, a pedido do Condepe.
"Está claro que a paciente não pode ser responsabilizada por seus atos durante um surto psicótico; portanto, não poderia responder por roubo e estar algemada. É de uma injustificável crueldade física e psicológica algemá-la na ala psiquiátrica", disse Sampaio ao jornal depois de analisar relatórios médicos e entrevistar a mãe.
O jornal relata a saga de Renata até o episódio do dia 15. A trans mora com a família em uma casa de classe média. Tem dois irmãos, estudou em colégios tradicionais de Campinas e está no quinto ano de Direito na PUC. Prestou concurso para investigador de polícia e passou. A trans colocou o primeiro silicone nos quadris, quando tinha 18 anos. Na mesma idade, ainda tentou se matar e sofreu a primeira internação. "Tinha aparência masculina quando entrou para a polícia, aos 21 anos. Aos 24, passou a viver 100% como mulher- roupas, cabelo, maquiagem, unhas. Com 25, 'colocou peito', escreveram as jornalistas.
Em oito anos de polícia, entre licenças médicas, foram cinco transferências de departamento. Dois dias antes de ser presa, a mãe de Renata percebeu que ela não estava bem. "Ela estava agitadíssima. Era mau sinal", conta. A trans dizia que era filha de Silvio Santos, ouvia vozes demoníacas em músicas de Ivete Sangalo, tinha a fórmula secreta da loteria.
No dia anterior à prisão, Renata apareceu à noite em um bar no centro de Campinas e causou confusão. No dia 15, hora do almoço, reapareceu com as mesmas roupas, sem ter dormido. Exigiu o celular de uma funcionária do bar e espatifou-o no chão. Saiu desvairada. Topou com um rapaz dentro de um carro VW Parati. Mostrou a carteira de policial e, aos gritos, tomou-lhe o celular. Depois disso Renata foi presa
HOMOFOBIA NA TV
Sensacional: policial civil vestido de mulher é preso pela PM depois de roubar um celular. O apresentador da tevê escracha. Propõe aos telespectadores: "Geeente, repara no detalhe da lingerie vermelha do rapaz!
HOMOFOBIA CRIME VIRTUAL NO BLOG
" Um blog de policiais civis segue no mesmo tom: "Grande exemplo de veado campineiro".
TRANSTORNO , ESTRESSE PARA A FUNCIONÁRIA PÚBLICA TRANSEXUAL NO TRABALHO EM PROCESSO DE MUDANÇA DE SEXO
Em oito anos de polícia foram cinco transferências de departamento.
Renata entrou na polícia em 2001 e estava afastada do cargo de investigadora em Campinas (SP) desde agosto de 2004 --quase um ano depois de começar a se vestir como mulher e após diagnóstico psiquiátrico de transexualismo.
Desde então, ela colocou prótese nos seios e fez plásticas. Seus planos incluem fazer uma cirurgia de mudança de sexo.
O afastamento de Renata ocorreu após ela responder a um processo administrativo. A polícia já pedia que ela fosse demitida do cargo.
No processo de Renata contra a polícia, ao qual a Folha teve acesso, ela dizia que estava sendo perseguida por integrantes da corporação.
Atestados médicos que estão no processo confirmam que ela possui "transtorno de gênero".
"Após dezenas de explicações e relatórios médicos sobre o meu caso, fui "tolerada" pelo doutor Miguel Voigth Júnior [delegado seccional de Campinas, na época], até o mesmo conseguir um motivo para me prejudicar administrativa e juridicamente", diz um trecho da denúncia encaminhada à Secretaria da Justiça, ao qual a Folha teve acesso.
"Ela sofreu menções preconceituosas no processo administrativo, que nada têm a ver com a acusação que fizeram contra ela", disse a mãe, Maria Cecília Azevedo.
Um trecho do processo administrativo aberto na polícia, de 28 de março de 2005, diz que "consta ainda, nos autos, que o acusado vem se portando de forma inadequada ao cargo que exerce, não dignificando a instituição policial civil, eis que tem se apresentado trajado de mulher, alegando sofrer doença identificada como Transtorno de Identidade Sexual - CID 64, estando sob tratamento médico para mudança de sexo".
Um relatório médico de 12 de julho de 2005, assinado pelo psiquiatra Pedro Henrique Mendes Amparo, atesta que: "[Azevedo] é inequivocamente portador de um Transtorno de Gênero - CID X F 64, ou seja, apesar de seus documentos serem de um homem, psicologicamente, fisicamente, este homem não existe, mas uma mulher, aprisionada por registros civis (...)".
Em 2007, POLÍCIA CIVIL DE CAMPINAS, SP, ganhou TROFÉU PAU DE SEBO pela discriminação contra a investigadora Renata Pereira de Azevedo, afastada de seus quadros depois que se assumiu transexual e passou a se vestir como mulher.
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
HOMOFOBIA NA TV COM TRANSEXUAL COM TRANSTORNO BIPOLAR . Na última sexta-feira o Condepe - Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana -, da Secretaria da Justiça, apresentou a denúncia de "Gravíssimas violações dos direitos humanos" que envolvem a prisão da trans, em Campinas. De acordo com a reportagem, Renata não portava arma alguma quando foi presa. Renata estava surtada. A transexual foi diagnosticada por Gabriela di Mattia, psiquiatra do Samu (Serviço de Atendimento Médico de Urgência) com "transtorno afetivo bipolar -episódio maníaco. Foi dopada com Haldol (antipsicótico). Segundo o jornal, a policial acordou amarrada pelo peito e braços a uma maca no Pronto Socorro do Hospital das Clínicas de Campinas. Renata estava algemada à cama e um PM armado fazia a escolta. A reportagem aponta que durante cinco dias - entre as 22h57 do dia 15 e as 9h do dia 20 - quando foi levada para um leito na Psiquiatria do Hospital das Clínicas, a trans ficou exatas 100 horas e 43 minutos deitada de costas, amarrada e algemada. Na última quarta-feira (21), o psiquiatra Paulo César Sampaio, psiquiatra do Governo do Estado, encontrou Renata ainda presa à cama quando a visitou, a pedido do Condepe. "Está claro que a paciente não pode ser responsabilizada por seus atos durante um surto psicótico; portanto, não poderia responder por roubo e estar algemada. É de uma injustificável crueldade física e psicológica algemá-la na ala psiquiátrica", disse Sampaio ao jornal depois de analisar relatórios médicos e entrevistar a mãe. Tinha aparência masculina quando entrou para a polícia, aos 21 anos. Aos 24, passou a viver 100% como mulher- roupas, cabelo, maquiagem, unhas. Com 25, 'colocou peito'. Em oito anos de polícia foram cinco transferências de departamento. Dois dias antes de ser presa, a mãe de Renata percebeu que ela não estava bem. No dia anterior à prisão, Renata causou confusão. Renata foi presa. HOMOFOBIA NA TV : O apresentador da TV propõe aos telespectadores: "Geeente, repara no detalhe da lingerie vermelha do rapaz!" HOMOFOBIA ENTRE POLICIAIS CIVIS : Um blog de policiais civis segue no mesmo tom: "GRANDE EXEMPLO DE VEADO campineiro". Em 2007, POLÍCIA CIVIL DE CAMPINAS, SP, ganhou TROFÉU PAU DE SEBO pela discriminação contra a investigadora Renata Pereira de Azevedo, afastada de seus quadros depois que se assumiu transexual e passou a se vestir como mulher. TRANSTORNO , ESTRESSE PARA A FUNCIONÁRIA PÚBLICA TRANSEXUAL NO TRABALHO EM PROCESSO DE MUDANÇA DE SEXO.
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